Vendas no varejo decepcionam especialistas em novembro

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã desta sexta-feira (15) o resultado das vendas do varejo no mês de novembro de 2020. Os dados obtidos mostraram uma leve queda de 0,1%, fechando o mês perto da estabilidade, na transição de outubro para novembro.

O resultado ficou abaixo da expectativa colocada em uma pesquisa da Reuters, que previa um crescimento das vendas em 0,4% . Alguns economistas falavam até em um avanço de 0,3%. Porém, o resultado acabou decepcionando os especialistas.

A expectativa da Reuters era de um avanço de 4,9%, comparando o mês de novembro de 2019 com o mesmo mês em 2020. Este dado, porém, ficou em torno de 3,4% de crescimento, também abaixo das expectativas.

Levando em conta esta comparação, no mês de outubro, entre os anos de 2019 e 2020, os dados eram de uma alta de 8,4%, o que mostra uma desaceleração nas vendas mesmo com a chegada do final do ano, que tende a ser um pouco melhor para as vendas do setor.

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Mesmo assim, o patamar atingido em novembro acaba sendo 7,3% acima dos níveis pré-pandemia, o que já sinaliza uma possível recuperação, mesmo com os problemas que a pandemia tem trazido.

A pesquisa é realizada pela PMC, que se refere a Pesquisa Mensal de Comércio, que por sua vez, demonstrou que esse resultado perto da estabilidade interrompeu a sequência de 6 meses de avanços, que acumulavam 32,2% de alta no volume de vendas.

Apesar da alta em 5 das 8 atividades que são levadas em conta nos dados nesta pesquisa, a parte que se refere a alimentos, fumo e também bebidas foi o que pesou no resultado final, juntamente com as vendas de supermercado. Essas atividades juntas correspondem a aproximadamente 45% do cálculo e tiveram uma queda de outubro para novembro de 2,2%.

Outras atividades que acabaram em queda no volume de vendas no varejo foi o de combustíveis e lubrificantes, que recuaram 0,4% no mês. Móveis e eletrodomésticos ficaram perto da estabilidade, com recuo de 0,1%. 

A queda desses setores ficou bastante ligada ao crescimento da inflação, que por sua vez, dificultou o acesso das famílias ao consumo, principalmente das menos favorecidas. Novembro foi o penúltimo mês da distribuição do auxílio emergencial, e essa perspectiva de ter chegado próximo ao fim, aliado à alta dos preços, pode ter favorecido a maior cautela e dificuldade dos consumidores.

Por conta das pessoas estarem mais em casa, as vendas ligadas às atividades de jornais, revistas e de papelaria foram as mais favorecidas durante o mês de novembro, que em relação a outubro cresceu aproximadamente 5,6%. 

Mas no acumulado do ano de 2020, móveis e eletrodomésticos lideram o crescimento das vendas com alta de 11,6%, seguido por produtos de perfumaria, ortopédicos, farmacêuticos e medicinais, que aumentaram 7,7%.

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