Dados da Pesquisa Nacional de Condição de Vida (Encovi) 2020-2019 mostram que a Venezuela vem se isolando cada vez mais tanto em termos econômicos quanto políticos, o país, que já está entrando em seu oitavo ano de crise, apresenta números assustadores. Segundo a pesquisa, a Venezuela tem cerca de 96,6% de toda sua população vivendo em estado de pobreza e 79,3% em situação de extrema pobreza.
Os motivos para o país ter chegado a esses números tão altos também são apresentados na pesquisa. Segundo os dados uma série de fatores foram piorando muito no país durante os últimos anos, o PIB caiu 70% entre os anos de 2013 e 2019, enquanto a inflação subiu impressionantes 3,365% entre 2019 e 2020 fechando com um impacto de 2959,8% sobre os preços.
Levando isso em consideração, os consecutivos ajustes no salário mínimo pelo governo não são o suficiente para cobrir a inflação e garantir o sustento da população. No mês de maio o reajuste no recebimento mínimo chegou a 300%, que dá aproximadamente 10 milhões de bolívares, isso se convertido dá pouco mais de US$3.
O preço do salário mínimo não cobre nem 1% do gasto com uma cesta básica, por isso 79,3% da população não tem condições de arcar com esses gastos. O estado de extrema pobreza é caracterizado por pessoas que vivem com menos de US$1,9 por dia.
Os dados ainda apontam que entre a população mais pobre somente 12% tem acesso a internet, 13% usam telefone fixo, 17% dispõem de computadores e 44% contam com uma máquina de lavar. O governo tem programas de transferência de renda, eles representam 25% de toda a renda da população, no entanto não conseguem reduzir a pobreza extrema.
A pobreza durante a pandemia no mundo
Atualmente no mundo existem 780 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, ou seja, com menos de US$1,9 por dia. Isso significa que mais de 11% da população mundial vive na extrema pobreza e lutam para conseguir o básico para sobreviver em todas as esferas, seja na saúde, educação e acesso à água e saneamento básico.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Banco Mundial, até o fim de 2021 150 milhões de pessoas em todo mundo devem cair para a faixa de pobreza extrema, isso devido a pandemia de covid-19, crise, conflitos e as mudanças climáticas. Esse número é equivalente a 1,4% de toda a população mundial.
Dessa forma a extrema pobreza no mundo deve aumentar novamente, pela primeira vez em mais de 20 anos. Esse estudo também aponta que os países que têm rendimento médio irão possuir 82% das pessoas que entrarão na linha da pobreza no mundo.
Situação do Brasil
No ano de 2019 cerca de 51,9 milhões de brasileiros viviam na linha da pobreza, isso representa cerca de 24,6% da população. Já no ano de 2021 a previsão é de que o Brasil contará com mais 9,1 milhões de pessoas na linha da pobreza.
A pandemia de covid-19, ocasionou a maior crise sanitária e hospitalar de todos os tempos no país, e é uma das principais responsáveis pelo aumento no número de pessoas pobres. Além disso, o país passa por um momento conturbado em muitos âmbitos, incluindo o da economia e o da política.
Antes da pandemia, o número de cidadãos vivendo abaixo da linha da pobreza era de 13,4 milhões, segunda pesquisa. Com isso podemos notar os impactos que a pandemia terá sobre o país, a previsão é de que em apenas dois anos 5,4 milhões de brasileiros caiam para a linha da extrema pobreza.