Presidente do BC acredita que país está perto do “topo da inflação”

Campos Neto, atual Presidente do Banco Central, afirmou que pode haver uma melhora no cenário de inflação do Brasil, onde se chegaria a um pico e que após isso haveria um cenário de estagnação, melhora essa que já aconteceria em 2022.

O Presidente do Banco Central participou de uma reunião virtual com empresas do mercado imobiliário, com a participação do Sindicato da Habitação de São Paulo – (Secovi-SP).

O Banco Central já havia cogitado em algum momento que o auge da inflação seria o que foi registrado em setembro de 2021, porém isso não ocorreu em função da “crise hídrica”, que acabou surpreendendo a todos e após isso com o aumento da gasolina.

Projeção para o PIB de 2022

O Presidente do Banco Central também indicou que deve haver uma piora na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para o próximo ano, que é a soma de todos os bens e serviços que são produzidos no país, que não está na magnitude apontada pelo mercado nas suas últimas previsões.

De acordo com a última conta realizada pelo Banco Central, a alta do PIB no próximo ano será de 2,1%, porém com uma previsão que poderia derrubar o PIB para menos de 2%. O Boletim Focus chegou a apontar um crescimento de apenas 0,7% para o próximo ano.

Mesmo com aumento das exportações, por quê um cenário de inflação alta?

Apesar do aumento das exportações de commodities, que na história do Brasil ajudaram a fortalecer o real e sobretudo em relação às demais moedas emergentes, a moeda americana se manteve em um percentual mais elevado, o que acabou impactando na alta de dezenas de produtos, desde alimentos até combustíveis.

Sendo assim, a desvalorização cambial foi o fator que mais pesou para a diferença de inflação aqui no Brasil para o resto do mundo. A prévia da inflação de novembro chegou a 10,73%, colocando ainda mais em cheque a situação cambial.

Nos 12 meses até o cálculo da inflação em outubro, que fechou em 10,67%, foram calculados 377 subitens, porém o número fechado esconde aumentos bem maiores. Somente o pimentão, acumula uma alta de 85% neste ano.

Açúcar e café estão liderando as altas

A crise fica ainda mais amarga quando são analisados produtos básicos, como o açúcar e o café. No caso do primeiro item, os aumentos ao longo do ano partem de 30% e no caso do açúcar refinado, chegou a 47%.

As temperaturas climáticas ajudam a explicar esse movimento. Com a combinação de secas e geadas que afetaram sobretudo as regiões Centro-Sul do Brasil, pegando em cheio o estado que mais produz cana-de-açúcar no país, São Paulo.

E com essa quebra de safra, a oferta pelo produto diminuiu e com escassez, o consumidor acabou tendo de pagar mais caro. Existem outros fatores como a desvalorização do real e o fortalecimento do dólar, onde os produtores acabam tendo um grande incentivo para exportar, pois podem receber mais dinheiro pelos mesmos produtos.

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