Para aqueles que quiseram adquirir um adquirir um carro no mês de março, ao que tudo indica, tiveram uma grande surpresa em relação a valor cobrado nos automóveis.
Conforme demonstrado por uma pesquisa da Kelley Blue Book (KBB), março foi o mês mais caro para comprar automóveis em 2021.
Para se ter uma ideia, o Valor médio dos modelos 0 km subiu 1,87% no terceiro mês deste ano.
Entre os carros seminovos, com até três anos de uso, a variação média de preços do mês de março chegou a 5,32% para os carros com ano modelo 2018.
Já no caso dos usados com até dez anos de uso, o pico da média de reajuste ficou com o ano-modelo 2015, com 5,96% de variação.
Em fevereiro, o mesmo segmento de seminovos variou apenas 0,94%. Esse aumento está diretamente relacionado ao do 0 km, que viu queda em sua oferta com o fechamento das fábricas.
“Hoje em dia não há mecanismos de lucro com o carro, geralmente perde valor. Então, as pessoas entendem que fazer esse tipo de venda em um momento como o de agora é oportunidade”, disse Antonio Jorge Martins, diretor e coordenador acadêmico executivo da FGV.
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Os dados apresentados acima são do Monitor de Variação de Preços (MVP) da KBB Brasil.
Além disso, segundo a pesquisa, o aumento do preço de modelos mais defasados pode ser explicado pela diminuição na produção de novos modelos por conta da escassez de materiais causados pela pandemia, acarretando no fechamento de diversas fábricas no país.
Entre as peças que mais têm escassez estão os semicondutores. Por conta da digitalização cada vez maior dos carros, os veículos necessitam de peças que também são utilizadas em muitos outros produtos, como computadores, videogames e eletrodomésticos.
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) dá opinião
Segundo parecer da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o motivo principal para o aumento acentuado nos preços dos carros 0 km, está diretamente ligado ao fato de que 14 montadoras chegaram a interromper suas produções por conta da escassez de matéria-prima.
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Além disso, é colocado na conta os impactos da pandemia no final do mês passado, ainda que o resultado da produção de veículos tenha sido 1,7% positivo. Como resultado, para a ANFAVEA a retomada do setor pode levar meses.
KBB Brasil vê dificuldade para o setor
Em suma, para a KBB Brasil, as dificuldades que a indústria vem enfrentando para atender à demanda dos consumidores pode explicar, em parte, o reajuste de preço mais elevado em veículos com ano-modelo desfasado (2020 ou 2019), tendo em vista que os automóveis para pronta entrega, sejam novos ou usados, estão em um momento de valorização.
