Investimento estrangeiro no Brasil é o menor dos últimos 20 anos

Divulgado nesta segunda-feira (21) pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o investimento estrangeiro no país diminuiu 62% no ano de 2020. Ainda segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil, que ocupava o 6º lugar no ranking mundial, passou a ocupar a 11ª posição. Desta forma, o país atingiu o menor índice de investimento das últimas duas décadas.

A lista divulgada pela ONU, é liderada pelos Estados Unidos, com um investimento de U$ 156 bilhões. O segundo lugar é ocupado pela China, com o investimento de U$ 149 bilhões. Apesar do relatório apontar uma queda bastante expressiva no Brasil, o índice de investimento estrangeiro diminuiu em todos os continentes, com exceção da Ásia, onde houve um aumento de 4%.

No ano de 2019 houve um investimento estrangeiro de U$ 65 bilhões no país. Já no ano de 2020, o investimento foi de apenas U$ 25 bilhões. Contudo, mesmo com essa acentuada queda, o Banco Central prevê U$ 58,15 bilhões a serem investidos no país em 2021. Além disso, a previsão para 2022 é de U$ 66,99, retornando aos índices pré Pandemia.

Investimento estrangeiro no Brasil

O fluxo de investimento estrangeiro no Brasil aumentou ao longo dos anos, com exceção aos momentos de crise vivenciados pelos brasileiros. Um exemplo disso é a atual crise econômica intensificada pela Pandemia de Covid-19. Como resultado da Pandemia, o investimento estrangeiro sofreu uma queda de 62% no país.

No ano de 2018, o Brasil ocupava o quarto lugar no âmbito de investimentos estrangeiros ao redor do globo. Na época, entre 10 investimentos internos feitos na América Latina, 9 eram feitos no país. Atualmente, o país ocupa o décimo primeiro lugar nesse ranking.

É importante ressaltar que políticas públicas que estimulem a entrada de IDE em diversos setores da economia, podem agregar um maior valor ao PIB. Além disso, parte do investimento estrangeiro no país é direcionado a questões sociais e ambientais, como para a conservação da Amazônia. Desta forma, uma queda no investimento estrangeiro é prejudicial não apenas para a economia do Brasil, como também para pautas sociais.

Grande parte do mundo teve o IED afetado pela Pandemia

De acordo com James Zhan, diretor de investimentos e empresas da UNCTAD, o IED mundial deverá atingir níveis extremamente baixos em 2021. Apesar disso, deverá ocorrer um aumento entre 10% a 15% no ano. Desta forma, o IED se manteria 25% abaixo do nível de 2019. Ademais, as previsões mostram um novo aumento em 2022, trazendo os investimentos mundiais aos mesmos níveis de 2019.

Além disso, a UNCTAD afirma que a recuperação do IED será desigual. Sendo assim, espera-se que as economias desenvolvidas impulsionem o crescimento global em investimento estrangeiro direto.

Contudo, as perspectivas evidenciadas pela UNCTAD são altamente incertas, pois dependem do ritmo de recuperação econômica mundial. Essa incerteza na recuperação do Investimento Estrangeiro Direto, se deve às incertezas em relação ao acesso às vacinas, surgimento de possíveis mutações da COVID-19 e reabertura dos setores econômicos por todo o mundo.

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