A crise que assola os venezuelanos não parece ter uma trégua e o bolívar venezuelano é destruído a cada dia que passa pela hiperinflação do país. Porém, mesmo com a crise econômica que a população está passando, o Governo da Venezuela anunciou a venda de NFT por um valor que é 4 mil vezes superior ao atual salário mínimo do país.
O token não-fungível (NFT) foi lançado através da Superintendência Nacional de Criptoativos e Atividades Correlatas informou que a NFT está disponível na plataforma Rarible por 7,12 ETH, cerca de R$ 80 mil no presente momento.
Projeto NFT em questão não é o primeiro investimento do Governo da Venezuela em criptoativos
A moeda venezuelana está à frente da pior desvalorização do mundo e a previsão de inflação para este ano é de 5.000%. O preço atual da NFT vendida pelo Governo Venezuelano é de quase 50 bilhões de bolívares, valor este que equivale a quatro mil vezes o salário mínimo do país, atualmente em 10 milhões de bolívares (R$ 16).
O motivo do lançamento da NFT se deve aos 200 anos da Batalha de Carabobo, que foi um marco histórico para a Venezuela, refletindo na sua independência do império espanhol. O token ilustra a figura do símbolo político Simón Bolívar, que montado em um cavalo aponta para o mapa da América Latina e em alusão às cores da bandeira da Venezuela.
Joselit Ramírez é superintendente da Sunacrip e deu maiores detalhes de como foi feita a produção do token na rede blockchain “É uma alusão ao marco da comemoração do bicentenário da Batalha de Carabobo e para isso imortalizamos a cena com o nosso primeiro NFT em tecnologia blockchain”.
Disputa acirrada pelo NFT
O NFT está sendo vendido atualmente por 7,12 ETH, porém o preço inicial que o Governo Venezuelano colocou para o token foi de 10 ETH, atualmente R$ 112 mil. A oferta inicial não agradou aos compradores e por isso houve uma redução no preço. O preço foi sendo reduzido após a falta de lances, caindo em 1 ETH por vez, até chegar no preço atual.
Se comenta que uma pessoa fez a compra do produto por apenas 1 ETH e revendeu o mesmo produto por 5 ETH, garantindo uma valorização de 400%. Esse é apenas um relato de comprador que pode ter apenas se interessado pelo token para meramente fazer dinheiro através de uma revenda.
Venezuelanos adotam as criptomoedas para fugir do bolívar
A Venezuela já é o país que mais utiliza criptomoedas na América Latina. Ao contrário do que vemos nos Estados Unidos onde os investidores apenas alocam os dólares em criptoativos para diversificar (maioria dos casos), na Venezuela os cidadãos se obrigam a investir em criptomoedas pois o poder de compra foi totalmente corroído pela hiperinflação.
Outro ponto decisivo para que os venezuelanos tenham adotado o Bitcoin é justamente para evitar os riscos de confisco da poupança, mesmo que alguns recebam dinheiro do exterior que são enviados pelos seus parentes.