Crédito é especialidade de 22% das fintechs brasileiras. No estudo anual Fintech Deep Dive, a PWC, uma das maiores consultorias do mundo e a ABFintechs, Associação Brasileira de Fintechs, identificaram que este é o segundo maior grupo de atuação no mercado.
Mas, quem são os clientes destas novas empresas? Como um mercado dominado por cinco bancos tradicionais pode sofrer mudanças? Entenda o diferencial das fintechs de crédito no Brasil e o perfil dos seus usuários.
Panorama de crédito no Brasil
Este ano, foi realizada uma pesquisa exclusiva com as fintechs de crédito digital. O estudo, também realizado pela PWC, em parceria com a ABCD, Associação Brasileira de Crédito Digital, apontou os seguintes números:
- Em 2019, mais de 70% dos créditos concedidos no país estiveram concentrados somente em cinco instituições (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa);
- 45 milhões de brasileiros são desbancarizados;
- Os desbancarizados movimentam R$ 817 bi por ano;
- No primeiro semestre de 2019, foi apontado crescimento de 7,8% na busca por crédito pelos consumidores.
Dito isso, existe um mercado enorme a ser explorado e grande concorrência também a ser desenvolvida. Num país de mais de 200 milhões de pessoas, cinco empresas fornecendo o serviço não são suficientes para atender a todos.
Por serem grandes instituições, empresas que dominam o mercado muitas vezes acabam pecando no atendimento aos seus clientes, na falta de personalização das soluções e também em inovação. Por outro lado, as fintechs vêm se apropriando e resolvendo estes problemas com criatividade e eficiência.
Diferenciais e atuação das Fintechs
Mesmo afirmando que 93% dos clientes já são bancarizados, as 43 fintechs brasileiras que estão presentes no estudo também assumem o papel de democratizar o serviço no país.
Quando questionadas sobre quais problemas do mercado financeiro de crédito pretendem solucionar com seus produtos e soluções, apontam como as três primeiras. A aprovação mais rápida e menos burocrática (86%), melhoria na experiência do cliente (86%) e uso de tecnologia (79%).
O uso da tecnologia e menos burocracia, acarretam serviços mais rápidos, podendo ter análise de crédito feita em 15 segundos e o mesmo aprovado em até 12 horas.
Dentro do mercado, ainda existem diferentes soluções, como antecipação de recebíveis e originação de crédito para instituições não financeiras. Das 43 empresas, 53% atuam em concessão de empréstimos a pessoa física, 30% para pessoa jurídica e 30% são originadores de crédito para instituições financeiras.
Usuários de crédito das fintechs
As fintechs brasileiras têm expectativa de crescer mais de 100% de um ano para o outro. Mas quem são e serão seus clientes?
Mais de 60% dos clientes de crédito das fintechs tem entre 25 e 47 anos. Hoje, este intervalo representa as faixas mais largas da pirâmide etária do Brasil. Por isso, existe uma grande quantidade de pessoas com estas idades que podem ser convertidas em consumidores, possibilitando crescimento exponencial.
Ao todo, 68% do total de consumidores possui renda mensal entre R$2.004 e R$8.840. Ou seja, a maioria deles pertence a classe C e D da população brasileira.
Quanto aos serviços de crédito que utilizam, eles foram divididos em duas categorias, pessoa física e pessoa jurídica. Em ordem do mais usado para o menos, para as PFs temos: crédito/empréstimo sem garantias, crédito direto ao consumidor e crédito/empréstimo com garantias.
Para as PJs, este ranking muda um pouco. Em suma, crédito geral sem garantias vem em primeiro lugar, financiamento de capital de giro em segundo e o terceiro colocado é o crédito geral com garantias e ou fiador, assim como para as PFs.
O que esperar das fintechs brasileiras?
Como já falei por aqui, podemos esperar muito das fintechs nos próximos anos. Com o domínio de novas tecnologias e o desenvolvimentos de novos negócios, veremos soluções mais personalizadas. Diferentes tipos de público serão atendidos, teremos menos burocracias e mais inovações validando empréstimos e financiamentos.
Os serviços financeiros estão passando por uma transição enorme de qualidade, quantidade e inovação. Portanto, quem ficar fora dessa corrida e não fizer a gestão adequada de seus recursos e projetos, certamente terá problemas.
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