Como funcionam os contratos de juros (DI)

Em um contexto de aumento de taxas de juros, o (DI) que para muitos estava completamente morto, têm demonstrado estar mais vivo do que nunca e deve voltar a ter seu protagonismo como Benchmark do mercado. 

O Brasil é um país conhecido por estabelecer juros altos na tentativa de conter as expectativas de aumentos inflacionários. Sendo, portanto, um ambiente favorável para rentistas e daqueles que desejam bons rendimentos ao comprar títulos de renda fixa. 

Esse movimento também sempre foi consistentemente aproveitado por investidores estrangeiros, que enxergam no país uma boa possibilidade de se realizar carry trade.

Que basicamente é pegar empréstimos a juros baixo em países onde a taxa de juros é menor e realizar a compra de títulos em países onde a taxa de juros é mais alta, no caso, o Brasil, por exemplo. 

Nesse sentido, já falamos aqui sobre as oportunidades de se investir nos títulos públicos, no entanto, no artigo de hoje, vamos explicar os contratos de taxas de juros, também conhecidos como contratos (DI). Fique conosco até o final. 

Conceito de contrato Futuro

Como já comentado aqui nesse artigo, os contratos futuros pertencem à classe dos derivativos sendo negociados em bolsas de futuros. São contratos padronizados que possuem ajuste de preço diário, os futuros mais comuns são os quais o ativo objeto é uma commodity (bens em estado bruto). 

Além disso, também há os futuros de instrumentos financeiros, como os contratos futuros de índices. Os contratos futuros são padronizados para facilitar as negociações entre compradores e vendedores.

Dessa forma, ambas as partes devem cumprir o que está exposto no contrato, ou seja, o comprador se obriga a comprar o ativo objeto em uma data futura pré estabelecida e o vendedor se compromete a vender em uma data futura acordada em contrato. 

Por fim, é importante deixar claro que essa liquidação ocorre de forma financeira geralmente, raramente a opção de entrega física é exercida e essa possibilidade deve estar explícita em contrato. Imagina a dificuldade em se entregar alguns dos ativos objetos negociados, como bois e sacas de café. 

Além disso, o ajuste diário garante a segurança da operação, é possível se desfazer desses contratos através da própria Bolsa, negociando ao preço de mercado.

 Veja também: As consequências da alta dos juros no mundo

O que são contratos futuros de DI

Os contratos futuros de juros (DI), são contratos onde o ativo objeto é a taxa DI, ou seja, os juros futuros. Esse contrato tem como base a taxa de negociações média de empréstimos entre bancos ao longo do dia (DI). 

É bastante comum o uso desses contratos para finalidade de Hedge, ou seja, proteção de carteira, dado que ele reflete as condições de juros negociadas pelo mercado com a possibilidade dos mais diversos vencimentos disponíveis. 

  • O objeto do contrato são as taxas de juros de CDI-Cetip entre a data de negociação do contrato até a respectiva data de vencimento.
  •  A cotação é baseada na taxa média de 1 dia, expressa em um ano-base de 252 dias úteis.
  •   O vencimento desses contratos se dá no 1º dia útil de cada mês de vencimento.

O preço teórico de um contrato futuro de DI seria:

DI

preço unitário (PU) de um contrato futuro de DI;

i = taxa de juros para o vencimento n;

n = o prazo, em dias úteis (DU), do contrato em questão.

É importante ressaltar que nesse tipo de contrato:

  • Quanto maior for a taxa de juros, menor será o PU. 
  • Todos os contratos têm o valor prefixado de R$ 100.000,00.
  • 1 ponto = 1 real.

A quantidade mínima de contratos a ser negociada são 5. Em outras palavras é necessário um capital mínimo de 500 mil reais para compra. 

Nomenclatura dos contratos de DI

DI

Todos os contratos futuros de DI possuem um ticker (código), da mesma forma como as ações e outros ativos financeiros. O ticker é sempre:

DI + 1 + alguma letra + o ano do contrato

Dessa forma: o ticker DI1F22 refere-se ao contrato futuro de DI com vencimento em janeiro de 2022, e esse contrato negocia a taxa de juros com a expectativa de quanto será os juros acumulados para esse período. 

Assim como outros ativos de contrato futuro, o contrato futuro de DI também sofre ajuste diário. Ou seja, os ganhos ou eventuais perdas são creditados, ou debitados na sua conta da corretora diariamente. 

O ajuste diário é calculado pela B3, é utilizado como base, o preço médio das negociações realizadas com um determinado contrato no fim do pregão da BM&F, a bolsa de mercadorias e futuros. Através desse mecanismo, o contrato sofre ajuste e o investidor comprado e vendido, recebem os devidos ajustes em suas carteiras na corretora. 

A B3 disponibiliza o preço de ajuste diário do último dia útil no site oficial. Lá você pode observar o preço de contrato futuro de DI, cujo ticker se inicia com “DI1”.

Veja também: Inflação em alta em 2021: quais as causas e efeitos na economia?

Como a pessoa física pode acessar investimentos em DI

Considerando que é necessário um capital inicial bastante relevante (R$ 500 mil), fica inviável para a maioria das pessoas investir diretamente através da compra de contratos. Contudo, é possível investir em contratos futuros de DI através de fundos.

Existem fundos de investimento que adquirem esses contratos e estão referenciados a taxa (DI), ou seja, o possuem como referencial. Além disso, como dito anteriormente, caso o investidor possua capital e interesse pode investir diretamente pela corretora.

Dessa forma, ao investir diretamente pela corretora, basta pesquisar o ticker do contrato futuro de DI desejado. Importante ressaltar que nem todas as corretoras possuem a opção de negociar esses contratos, então é importante entrar em contato com a sua corretora para saber sobre essa possibilidade. 

Margem de garantia

Assim como para outros ativos negociados no mercado futuro, para abrir posição em contratos futuros de DI, as corretoras exigem uma margem de garantia. Essa margem pode variar diariamente. Assim, para saber qual é a margem mínima de garantia, é necessário entrar em contato diretamente com a sua corretora. 

Veja também: Juro Neutro: Entenda o que é e como funciona

 

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