Como fazer diversificação de investimentos

Diversificar investimentos talvez seja um dos fundamentos mais importantes nas finanças. O velho ditado do “nunca colocar todos os ovos em uma cesta só” também se aplica ao dinheiro.

Esse texto vai mostrar para você como montar uma carteira diversficada para reduzir o risco dos seus investimentos.

Por que diversificação de investimentos importa?

Suponha que você tenha 100% do seu investimento em uma única empresa da bolsa, suponha que seja Apple. Imagine o cenario em que a Apple fabrica mais de 100 mil iPhones defeituosos e precise fazer um recall?

Em cenários normais, as ações dessa empresa despencariam. Logo, sua carteira estaria sob grande risco, porque você só tem ações da Apple.

Agora suponha que você tenha ações da Samsung e da Apple. Depois do desastroso Recall, muitas pessoas passaram a comprar celulares da Samsung. O resultado financeiro da empresa agradou investidores e as ações subiram.

Nesse caso, os ganhos da Samsung ajudaram a mitigar ou quem sabe anular as perdas das ações da Apple.

A partir desse cenário, conseguimos entender e compreender a importância da diversificação de investimentos e a razão de ela ser feita por muitos investidores.

Como diversificar investimentos corretamente?

Diversificação faz sentido para ativos que possuem relação negativa ou nenhuma relação, ou que são de diferentes classes.

Investir em diferentes classes de ativos é importante para ter uma carteira bem diversificada. Por exemplo: se tenho ações, faz todo sentido comprar um pouco de títulos de renda fixa e moeda estrangeira.

O grau de diversificação vai depender do perfil de cada investidor e a sua correspondente aversão ao risco:

  • Investidores conservadores costumam diversificar 80% em renda fixa e 20% em renda variável.
  • Quem é moderado costuma aplicar 60% em renda fixa e 40% em renda variável.
  • Investidores mais agressivos costumam alocar 20% em renda fixa e 80% em renda variável

Diversificação em renda fixa

Também é importante diversificar dentro da mesma classe de ativos. Se invisto 80% do meu dinheiro (R$ 10.000,00) em renda fixa, é importante diversificar dessa “sub-carteira “para obter melhores rendimentos.

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Por exemplo: eu poderia aplicar em diferentes títulos de renda fixa, como CDB com liquidez diária, Tesouro Direto IPCA+ 2035, Tesouro Selic, LCI/LCAs.

Segue abaixo um exemplo de uma carteira fictícia de renda fixa que representa 80% da carteira de investimentos de uma pessoa.

diversificação em renda fixa
Carteira diversificada em Renda Fixa

Como diversificar em renda variável

A diversificação dos outros 20% (R$ 2.000,00) de renda variável também deve ser feita com cuidado.

Imagine que você compre tudo em ações da Petrobrás e o preço do barril de petróleo caia, sua carteira estaria desprotegida.

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Você pode investir em empresas de setores variados, fundos imobiliários, moeda estrangeira e criptomoedas.

Isso garante uma alta diversificação na sua carteira de renda variável e te protege em diversos cenários econômicos e políticos.

A carteira abaixo é um exemplo de carteira fictícia diversificada com R$ 2.000,00 em Renda Variável.

Ela está diversifica em fundos imobiliários, empresas financeiras, empresas de alimentação, saúde, petróleo, minério e tem até criptomoeda.

diversificação de carteira renda variável
Carteira fictícia de renda variável

Diversificação é bom, mas muita diversificação é ruim

É quase consenso para quem mexe com dinheiro que diversificar é muito bom. Você consegue proteger ou aumentar a rentabilidade dos seus investimentos, o que é muito melhor do que ficar em apenas um tipo de investimento.

Com a diversificação você cria opcionalidade. Se um ativo da sua carteira está indo muito mal, talvez outro ativo possa “salvar” sua carteira. Por isso ela é tão importante: mitigar os riscos.

Mas a hiper-diversificação também atrapalha. Ter uma carteira com 20, 30 investimentos é ruim porque isso “estica” demais o seu dinheiro e pode acabar anulando os ganhos.

A Teoria moderna do Portfólio

A diversificação de investimentos já é um caso de estudo de muitos acadêmicos, especialmente matemáticos e estatísticos.

Uma das teorias mais conhecidas é a de Harry Markowitz, nomeada de Teoria Moderna do Portfólio.

Markowitz selecionou diversos ativos de diferentes classes e colocou em uma única cesta. A partir disso, ele coleta retornos diários do passado e calcula volatilidade. Além disso, ele considerou o grau de interdependência (covariância) entre os ativos.

Com esses dados, ele consegue traçar com dados passados a fronteira eficiente de uma carteira de investimentos. Isto é, a carteira que contém a diversificação considerada ótima entre diversos ativos, com a melhor relação risco e retorno.

teoria moderna dos portfólios
A busca pela carteira eficiente de investimentos

Críticas à Teoria dos Portfólios

Essa teoria rendeu a Markowtiz um prêmio Nobel de Economia em 1990 e é utilizada por muitos gestores de fundos de investimento no momento de considerar uma carteira de investimentos.

Apesar disso, a teoria é alvo de críticas, especialmente por parte de seguidores de Nassim Taleb, que acreditam que a estatística não pode prever eventos impactantes sobre os ativos.

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O que diz Nassim Taleb?

Nassim Taleb escreveu os livros Antifrágil, Enganados pelo Acaso e Cisne Negro. Ele acredita que o futuro jamais pode ser previsto com base em dados do passado. Isso acontece por conta da aleatoriedade e do conhecimento incompleto dos seres humanos.

O campo da estatística baseia-se em algo chamado lei dos grandes números: à medida que você aumenta o tamanho da amostra, nenhuma observação será prejudicada.

Às vezes isso funciona. Mas as regras são baseadas em classes de distribuição que nem sempre são válidas em nosso mundo.

Todas as estatísticas vêm de jogos. Mas nosso mundo não se parece com jogos. Não temos dados que possam entregar.

Em vez de jogar dados de um a seis, o mundo real pode ter de um a cinco – e depois um trilhão. O mundo real pode fazer isso.

Na década de 1920, o Marco alemã passou de três marcos para um dólar para três trilhões para um dólar em apenas um momento.

É por isso que a teoria do portfólio simplesmente não funciona. Ele usa métricas como variância para descrever o risco, enquanto a maioria dos riscos reais vem de uma única observação.

Portanto, a variação é uma volatilidade que realmente não descreve o risco. É muito tolo usar variação.

Para Taleb, devemos escolher ativos que se beneficiam da volatilidade e de situações de estresse, porque jamais vamos conseguir controlar a volatilidade.

Conclusão

É muito importante ter uma carteira de investimentos bem diversificada, porque uma boa diversificação de ativos ajuda a diminuir o risco e criar opcionalidade em sua carteira.

A opcionalidade consiste na maior probabilidade de conseguir ativos que podem oferecer excelentes retornos financeiros.

Além disso, a diversificação de investimentos deve ser feita em ativos nos quais você conhece e acompanha periodicamente.

Se interessou pelo conteúdo do texto? Confira o Meetup da Nox Bitcoin no próximo dia 1 de outubro. João Paulo Oliveira vai ensinar como montar uma fazer diversificação em investimentos.

O evento está marcado para 19h30 em São Paulo, Av. Rebouças – 1585.

O ingresso custa R$ 45,00, comida e bebida estão inclusas. Utilize o cupom INVESTIFICAR para obter 25% de desconto.

Link para inscrições: https://www.sympla.com.br/como-comecar-a-investir-na-bolsa-de-valores—talk-fintech-e-investimentos__650345diversificação de investimentos

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