Brasileiros aumentam o fluxo de criptomoedas no exterior e alerta ao BC

Parece que os brasileiros acordaram de vez para a constante desvalorização do real e decidiram fazer uma grande procura por criptomoedas no exterior, o que tem preocupado o Banco Central.

O BC já estaria acompanhando as movimentações de perto, de acordo com fontes ligadas ao Governo que têm experiência no assunto. Os avisos teriam partido do Fundo Monetário Internacional que alertou sobre os “perigos desse fluxo” em um mercado emergente, com muitas baixas recentes, como o Brasil.

Ainda com uma análise da agência Reuters, feita de janeiro a agosto, o volume investido pelos brasileiros em criptomoedas chega a US$ 4,3 bilhões. No mesmo período, porém em 2020, esse valor não chegou a metade, ficando em US$ 1,7 bilhões, dando a entender que os brasileiros entenderam que os seus ativos ficam mais protegidos fora do que aqui.

Montante alocado bateu recorde histórico

A reportagem mostra que o montante alocado apenas em 2021 representa 36,8% do estoque total que foi alocado pelos brasileiros em criptomoedas em toda a história. Desde 2016 quando os brasileiros começaram a comprar criptomoedas no exterior, de acordo com a pesquisa, já foram enviados US$ 11,7 bilhões.

Esse assunto está em pauta desde a semana passada, quando o Fundo Monetário Internacional (FMI) realizou uma alerta sobre o assunto em um relatório de estabilidade de financiamento global.

De acordo com o documento da Reuters, o aumento da comercialização de criptoativos nos mercados emergentes pode levar sim a uma desestabilização dos fluxos de capital daqueles países.

FMI já está adotando a mais tempo um posicionamento mais energético

Não é de hoje que o Fundo Monetário Internacional entende que é necessário ter uma maior supervisão das criptomoedas em um relatório que publicou sobre estabilidade financeira.

O grupo entende que após o processo de emissão de criptomoedas, está faltando mais transparência sobre os projetos e a sua distribuição. Também entende que a alta volatilidade pode ser negativa em diversas situações para os consumidores.

A reportagem entende que apesar do espanto recente do Banco Central, o volume investido em criptomoedas no Brasil não é algo exorbitante, mas sim alguma alocação em ativos onde as pessoas apenas apostam na valorização, o que pode entender para o FMI, que o Brasil ainda não é um país com tantos recursos para investimentos surreais em criptomoedas.

O que diz a Receita Federal sobre a compra de criptomoedas no exterior

As regras sobre compras e declarações de criptomoedas ainda não são claras no Brasil, apesar de já existir sim códigos específicos para a declaração do IRPF, além da tributação mensal dependendo do volume em vendas e de ganhos.

O que acontece ao contrário das exchanges de criptomoedas que não tem sede no país, como a Binance ou Huobi, as exchanges nacionais já são obrigadas pela própria Receita Federal a declarar todo o tipo de movimentação que os seus clientes realizem ou seja, qualquer compra, mesmo que baixa em uma corretora brasileira, já leva os seus registros para a RFB.

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