Nos últimos anos, as corretoras e os bancos digitais ganharam muita visibilidade por conta dos juros altos, na casa dos 14%. Por essa razão, os brasileiros começaram a se interessar e conhecer a renda fixa e o Tesouro Direto.
O pensamento coletivo de que os bancos tradicionais eram “sugadores do seu dinheiro” se expandiu e ajudou na migração dessas contas, trazendo investimentos que até então, eram desconhecidos para muitos.
Vale ressaltar que a tecnologia foi a principal aliada neste processo de transformação, garantindo serviços mais ágeis, baratos e eficientes, além de garantir confiabilidade e segurança nas consultas e transações para os clientes.
De acordo com pesquisa conduzida pela Febraban, os canais digitais foram responsáveis por 63% das transações no ano 2019, conforme gráfico abaixo.
Além da execução de um trabalho bem feito, temos instituições que foram capazes de conquistar milhões de clientes e verdadeiros fãs, através do seu carisma e propostas de atuação no mercado.
Como o Nubank, que oferece atendimento personalizado, cartões de crédito sem anuidade e contas sem tarifas de manutenção. A startup encontra-se em 13º lugar na home screen dos smartphones brasileiros, à frente de bancos tradicionais como Bradesco e Itaú.
Não podemos esquecer da XP Investimentos, que recentemente atingiu R$563 Bi em ativos sob custódia, ofertando uma gama de investimentos aos seus 2,645 milhões de clientes ativos, atingidos ao final de setembro deste ano.
Foco no cliente
Hoje as contas bancárias sem tarifas e as taxas zero na custódia sob a renda fixa e o Tesouro Direto, não são mais novidade para o investidor. Por essa razão, o modelo atual veio para quebrar paradigmas, trazendo soluções completas para seus clientes.
Atualmente é possível encontrar corretoras que já são bancos digitais e vice-versa, mesclando a oferta de uma plataforma diversificada de investimentos juntamente com uma conta corrente para realizar pagamentos, além de crédito pessoal e oferecimento de cartão de crédito sem cobrança de anuidade.
O brasileiro tem cada vez mais opções, o que é ótimo. Porém, diante de tantas alternativas, acredito que a parte mais difícil seja escolher a que seja compatível ao seu perfil e ao que você mais preza na hora da sua decisão, como segurança, personalização, inovação, solidez, entre outras. Se assim for a sua dúvida, recomendo a leitura deste artigo.
Mais concorrência
Em um cenário oposto de anos atrás, a taxa básica de juros no Brasil atualmente encontra-se extremamente baixa e a procura por investimentos de renda fixa diminuíram desde então.
Por outro lado, a procura por investimentos em renda variável cresceram, o número de investidores ativos na B3 chegou ao patamar de 3,096 milhões no mês de setembro, com alta de 114,8% no ano, obviamente os bancos digitais e corretoras não poderiam perder essa oportunidade.
Recentemente o C6 Bank lançou em seu aplicativo a possibilidade de investir em renda variável, com corretagem zero, onde seus clientes poderão comprar e vender ações, Exchange Traded Funds (ETFs) e Brazilian Depositary Receipts (BDRs) negociados na B3.
O Nubank anunciou a compra da Easynvest, corretora digital com 1,5 milhão de clientes, onde segundo as empresas, a aquisição vem para integrar os produtos de ambas, com objetivo de simplificar e popularizar os investimentos, principalmente na renda variável. A Rico, empresa do grupo XP, resolveu se juntar à Clear no modelo de corretagem zero para ações.
Em meio a toda essa competição, com taxas menores e serviços cada vez melhores, quem ganhará, sem dúvida é o consumidor.
Diversificar é importante
Para que escolher uma se você pode desfrutar dos benefícios das duas? Utilize os bancos digitais para adquirir cartões de crédito sem cobrança de anuidade e as corretoras de valores para obter acesso às movimentações, sem pagar tarifas adicionais, afinal testar não te custará nada, já que a taxa de manutenção é zero.
Durante seus experimentos você encontrará qual se encaixa melhor no seu perfil, trazendo maior facilidade e segurança na hora de efetuar suas atividades financeiras.
Conclusão
É inegável a transformações do mercado financeiro ao longo dos anos, assim como o interesse dos brasileiros por ele. Para que as instituições, sejam elas os bancos tradicionais, bancos digitais ou corretoras, se mantenham no jogo, a necessidade de transformação constante é requisito fundamental. O mapeamento de processos, a experiência do usuário e a oferta de crédito são fatores relevantes de competitividade e potencial de crescimento.
Independe da sua escolha, Peter Lynch, um dos maiores gestores de fundos do mundo, nos deixa uma lição valiosa: “Se você não estuda nenhuma empresa, você terá o mesmo sucesso comprando ações como teria num jogo de pôquer apostando sem olhar suas cartas.” Lembre-se que a escolha da instituição, mesmo que seja a melhor, não conserta um mau investimento.
Contudo, a redução da concentração bancária, a redução dos spreads e dos preços aos consumidores são alguns dos benefícios conquistados para a economia brasileira e para a população, os verdadeiros vencedores dessa nova era de transformação.