A dívida pública federal subiu 1,57% no último mês, atingindo R$ 5,48 trilhões, de acordo com as informações do Tesouro Nacional na última segunda-feira (27). A dívida inclui tanto os débitos do Governo no Brasil e no exterior. O montante no mês de julho era de 5,39 trilhões.
Resumindo rapidamente o que baseia a conta da dívida pública, ela é emitida para financiar o Tesouro Nacional e o déficit do orçamento do Governo Federal. Eles são empréstimos feitos para pagar as despesas que ficam acima da arrecadação de impostos e tributos.
O Tesouro Nacional publicou um relatório, onde mostrou que os investidores estrangeiros haviam depositado mais confiança no Brasil em agosto, porém de forma limitada por conta do menor consumo que China e Estados Unidos estão tendo em virtude da crise e possível quebra da Evergrande.
Dívida pública deve continuar a subir nos próximos meses
A expectativa do Tesouro Nacional é que a dívida pública continue a crescer nos próximos meses e com a possibilidade de terminar o ano em R$ 5,9 trilhões. Também em agosto, o Governo Federal realizou uma emissão de títulos públicos que chegou a R$ 72,03 bilhões, com os resgates ficando em R$ 26,5 bilhões.
Dessa forma, as emissões superaram os resgates em R$ 45,53 bilhões no mês passado. As despesas com juros foram de R$ 39,26 bilhões no período e um dos maiores motivos para a emissão de dívida pública recorde foi a pandemia de Covid-19, que fez com que a emissão de dívida passasse pela primeira vez de R$ 5 trilhões ainda em 2020.
Com aumento das dívidas, houve uma mudança no perfil das emissões
De acordo com o coordenador-geral de Operações de Dívida Pública, Luis Felipe Vital, o volume de emissões ficou abaixo do patamar praticado pelo Tesouro desde abril de 2020, logo no início da pandemia de Covid-19.
Com um cenário de maior aversão ao risco e também de maior volatilidade, o Tesouro Nacional teve de adequar as suas emissões, mirando para as condições apresentadas no mercado.
O Tesouro buscou favorecer as emissões de títulos com taxas flutuantes, como aqueles que foram corrigidos pela Selic, que é a taxa básica de juros da economia. No relatório da pasta foram dadas maiores explicações de porque ocorreu essa mudança no perfil de emissões.
Banco Central vem aumentando a Selic para conter o avanço da inflação
Na última semana, o Banco Central aumentou em 1 ponto percentual a taxa Selic, saindo de 5,25% ao ano para 6,25%, com o claro propósito de contar a inflação que se aproxima de 10% ao ano no país, pressionada sobretudo pelo aumento do combustível.
No início do ano, a taxa selic estava no menor patamar histórico, com 2%. Mesmo com os recentes aumentos, a confiança dos investidores estrangeiros segue baixa e um dos motivos para isso, seriam as incertezas políticas e o grande aumento da dívida pública, que deve passar de R$ 6 trilhões muito em breve.