Conheça o mix de vestuário e digitalização do Grupo Soma

A pandemia da Covid-19 prejudicou diversos setores da economia, em maior ou menor grau. Aqueles setores que eram extremamente vinculados à necessidade de operar de forma presencial, se encaixam no grupo de empresas mais afetadas.

Este foi o caso do setor de vestuários. Empresas como Renner, C&A, Marisa, Grupo Soma, precisaram repensar a forma das suas operações para mitigar os problemas com a captação de receita.

Contudo, no caso do Grupo Soma, este processo foi mais simples. A empresa já vinha realizando a digitalização das suas operações para não ficar extremamente dependente de suas unidades físicas. Com isso, vem apresentando bons resultados seguidamente, que também proporcionou a possibilidade de realizar sua abertura de capital.

Sendo assim, neste artigo vamos falar um pouco da história do grupo Soma e estratégias que vem credenciando a empresa a obter bons resultados. O setor de vestuário deve estar no radar do investidor.

O motivo é que, quanto mais próximo da total vacinação da população, espera-se que o consumo do vestuário venha com uma “demanda reprimida”. Nesse sentido, essa demanda pode alavancar ainda mais os resultados do Grupo Soma.

Veja também: Listagem direta ou IPO: Qual a preferência das empresas na abertura de capital?

História do Grupo Soma

tecnologia

O Grupo Soma tem sua origem na fusão das empresas de vestuário Animale e Farm, em 2010. A Animale foi fundada em 1991, pelos irmãos Ricardo, Gisella e Cláudia Jatahy. Já a Farm, grife muito conhecida por suas estampas vibrantes, foi fundada e, 1997, pelos amigos, Kátia Barros e Marcello Bastos.

As operações da Farm iniciaram em uma feira hype do Rio, quando Kátia e Marcello decidiu produzir suas próprias peças. Antes disso, eles haviam fracassado ao levar a extinta marca paulistana Mercearia para o Rio de Janeiro. Dessa forma, hoje, a Farm possui presença nacional e internacional.

Assim, sediada no Rio de Janeiro, hoje o grupo conta mais de 5 mi colaboradores. Sendo detentor de uma boa quantidade de marcas de vestuário. Além das duas citadas anteriormente, a Fábula, Foxton, Maria Filó, A. Brand, Cris Barros, Off Premium e a recém-adquirida Hering.

Recentemente, em julho de 2020, a empresa realizou a abertura de capital na bolsa de valores brasileira (B3). O IPO rendeu a captação de um valor total de R$1,82 bilhão, um resultado considerado satisfatório para a companhia.

O dinheiro arrecadado com o IPO tinha, como principal objetivo, a intenção de adquirir novas marcas, o que aconteceu três meses depois, ao realizar a compra da NV e Hering.

Negócios do Grupo Soma

Em 2020, a Soma obteve receita líquida superior a R$1,24 bilhão, valor pouco superior à da Hering (R$1,07 bilhão) que, na época, ainda não fazia parte do grupo. Ainda que possuam portes semelhantes e atuem no segmento de vestuário, o modelo de negócio das duas companhias se diferenciam bastante.

Por exemplo, as empresas do grupo Soma, hoje, possuem a operação digital bastante madura permeando seu modelo de negócio. Em 2020, a receita do comércio eletrônico foi de R$666,2 milhões, contra R$181 milhões da Hering no mesmo período.

A Hering ainda possui um modelo mais tradicional de vendas, que vem sendo reestruturado, colocando a transformação digital como pilar na estratégia de inovação.

Nesse sentido, é possível notar que a empresa está acostumada a trabalhar com marcas diferentes. A empresa vem notando que não basta realizar a aquisição de companhias com alto potencial. Além disso, é necessário também estar em contato com novas ideias de negócio.

Aquisições não garantem sucesso. Pode-se dizer que, no caso da Soma, o sucesso foi obtido, pois, o grupo realizou aquisições de maneira estruturada.

Um outro ponto é que a empresa já vinha implementando a digitalização das suas operações mesmo antes da pandemia. Por exemplo, as empresas do grupo possuem um sistema intitulado de “código do vendedor”. Onde os funcionários ganham comissão em vendas online.

Este era um processo exclusivo da Farm, onde 20% das vendas eram online e, grande percentual era realizada pelos próprios vendedores.

Parceria com o Conecta Lá

Ainda neste ano, o Grupo Soma realizou a aquisição da Conecta Lá. A empresa fornece solução tecnológica para o marketplace do Grupo Soma. A ideia é aumentar o processo de escalabilidade da empresa, facilitando adesão de seus canais de venda pelos lojistas parceiros, que adquirem as coleções dos estoques do grupo.

Para quem não conhece, a Conecta Lá é uma empresa de tecnologia fundada em 2018, sediada em Florianópolis, Santa Catarina, possuindo atuação em todo o Brasil. O trunfo da empresa é impactar o avanço do universo de marketplaces do país, possibilitando o ingresso dos lojistas nas principais plataformas.

Segundo Alvares Santiago, o coordenador de Ecommerce do Grupo Soma, o SomaPlace (nome do projeto) ainda está em estágios iniciais. Contudo, os resultados já triplicaram as expectativas, onde os indicadores já apontam para grande crescimento futuro. Para Santiago, “é todo um conceito novo que vai permitir para nós uma logística inédita dentro do digital”.

Além disso, a ideia é que o projeto leve a uma desburocratização, facilitando a entrada de vendedores no ambiente digital pelo marketplace do grupo. Outras vantagens que o projeto vem a trazer é a transparência e a usabilidade foi o desenvolvimento rápido do catálogo, leitura dos produtos, informações financeiras e outros fluxos complexos.

Veja também: O que são ações Micro Caps, Small Caps, Mid Caps e Blue Chips?

Conclusão

O Grupo Soma é um exemplo de que, mesmo nos setores mais tradicionais da economia, como é o caso de vestuário, há espaço para digitalização. A digitalização da empresa proporcionou que, mesmo no contexto da pandemia, a empresa apresentasse bons resultados, bem como iniciasse sua abertura de capital.

A aquisição da Hering também é vista como algo muito positivo para o grupo, que pode alavancar ainda mais seus resultados.

Nesse sentido, o desempenho das ações de empresa na bolsa de valores vem refletindo suas estratégias e resultados. Desde o IPO, que teve o papel lançado a R$9,90, houve valorização de 86%, chegando ao valor atual R$18,49. Em 2020, o desempenho da ação foi superior aos concorrentes como Lojas Renner C&A.

Dessa forma, é importante que o investidor esteja atento aos movimentos do Grupo Soma. Com isso, a empresa vem repensando o jeito da operação do setor de vestuário no Brasil. Além disso, também é importante ficar atento ao setor.

Dado que é iminente a reabertura dos comércios. Nesse sentido, alguns especialistas apostam em demanda reprimida. O que deve melhorar os resultados das empresas de vestuário no país.

Veja também: Quais são os principais setores e empresas da bolsa brasileira?

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