A Tesla não aceitará mais Bitcoin para compras de automóveis, disse o CEO Elon Musk nesta quarta-feira (12), em menos de dois meses depois que a Tesla começou a aceitar a maior moeda digital do mundo para pagamento.
Segundo a empresa, o principal motivo está ligado às preocupações ambientais de longa data para uma reversão rápida na posição da empresa sobre a criptomoeda.
Após o anúncio, a cotação da criptomoeda, que já recuava ao longo dia, desabou, ultrapassando uma queda de 12%, em US$ 50.125,09, no acumulado de 24 horas, segundo os dados do Coinmarketcap.
Bitcoin e preocupação ambiental
Alguns investidores da Tesla, com ambientalistas, têm sido cada vez mais críticos sobre a forma como o Bitcoin é “extraído” usando abundantemente a eletricidade gerada com combustíveis fósseis.
Conforme afirmado por Musk, há um grande apoio para essa preocupação, especialmente o uso de carvão, que tem as piores emissões de qualquer combustível. “A criptomoeda é uma boa ideia em muitos níveis e acreditamos que ela tem um futuro promissor, mas isso não pode custar muito para o meio ambiente”, ele tuitou.
“Estamos preocupados com o uso crescente de combustíveis fósseis para mineração e transações com Bitcoins, especialmente carvão, que tem as piores emissões que qualquer combustível”, acrescentou o bilionário, no Twitter.
O CEO da Tesla afirmou que só usará novamente a criptomoeda quando a mineração fizer a “transição para uma energia mais sustentável”.
Elon Musk diz acreditar nas criptomoedas
A Tesla revelou em fevereiro que comprou US $1,5 bilhão em Bitcoin, antes de aceitá-lo como pagamento por carros em março, gerando um aumento de cerca de 20% na criptomoeda.
A empresa afirmou que irá manter suas participações em Bitcoins com o plano de usar a criptomoeda, assim que a mineração fizesse a transição para fontes de energia mais sustentáveis.
Apesar de tudo, Elon Musk reiterou que continua sendo um grande crente em criptomoedas. “Também estamos analisando outras criptomoedas que usam <1% da energia / transação do Bitcoin”, ele tuitou.
Apenas um dia antes, Musk entrevistou usuários do Twitter sobre se Tesla deveria aceitar dogecoin, uma moeda que ele ajudou a transformar de uma piada em uma mercadoria valiosa.
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Pesquisa de Cambridge
De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Cambridge e da Agência Internacional de Energia, o processo de mineração do Bitcoin envolve computadores de alta potência, de modo a resolver quebra-cabeças matemáticos complexos. Tal processo consome muita energia e atualmente depende da eletricidade gerada com combustíveis fósseis, principalmente o carvão.
Pelas taxas atuais, essa mineração de Bitcoin devora anualmente aproximadamente a mesma quantidade de energia que a Holanda fez em 2019.
Apoiadores do Bitcoin entram na discussão
Apoiadores do Bitcoin, como o cofundador do Twitter, Jack Dorsey, argumentam que o equilíbrio ambiental deve melhorar significativamente a longo prazo com a crescente disseminação de energias renováveis.
Em suma, muitos farms de servidores usados para mineração de Bitcoin em grande escala, estão localizados em países com custos de eletricidade relativamente baixos, como o caso da China. Durante os meses chuvosos de verão, o país tende a usar energia renovável, principalmente energia hidrelétrica.