Seria o conceito de DeFi, uma ameaça para o Airbnb?

Uma grande transformação que está ocorrendo no setor financeiro hoje, diz respeito às finanças descentralizadas (DeFi). O Defi promete retirar da mesa de negociação, intermediários financeiros e colocar as partes interessadas frente a frente para decidirem o melhor para ambos. 

Assim, instituições que intermedeiam operações como bancos, cartórios, seguradoras entre outras, podem estar ameaçadas. Dado que o surgimento dessa tecnologia disruptiva pode alterar completamente a forma com que realizamos transações financeiras.

Imagina realizar empréstimos de forma segura diretamente com outros usuários sem ter que pagar as taxas abusivas cobradas por grandes instituições como ocorre nos dias atuais. 

Nesse sentido, o questionamento do nosso artigo se concentra em uma empresa específica. Que sendo pioneira em seu ramo de atuação, também surgiu como uma ideia disruptiva. Dessa forma, estamos falando do Airbnb.

Será mesmo que com o avanço das finanças descentralizadas, a companhia terá espaço no mercado? Seria o fim da economia de compartilhamento como a conhecemos hoje?

Veja também: Entenda sobre as finanças descentralizadas (DeFi)

Airbnb e sua inovação disruptiva

O Airbnb surge sem dúvidas como um daqueles serviços que o usuário se acostuma e já não se imagina viver sem ele. Assim como o Uber revolucionou o mercado de corridas compartilhadas, o Airbnb transformou a forma com que compartilhamos casas. 

Com isso, usuários perceberam a possibilidade de pagar muito menos nesses serviços de compartilhamento. O que justifica, a rápida popularização desses serviços. Além disso, aqueles proprietários que antes não viam facilidade em rentabilizar seus espaços e casas vazias, perceberam no aplicativo, uma ótima oportunidade de garantir uma renda extra. 

Sem dúvidas, os serviços gerados nesse contexto de economia compartilhada facilitaram e muito a vida da população em geral. Antes, se hospedar a preços amigáveis e utilizar táxi eram serviços de alguns privilegiados. Hoje é algo comum para boa parte dos usuários.

Assim, a economia de compartilhamento provocada pelo avanço tecnológico transformou a vida de toda população. Contudo, as mudanças estão ocorrendo de forma bastante rápida e um modelo que até pouco tempo parecia inovador. Pode já estar ameaçado em função dos próprios fatores que o levaram a ser considerado um projeto disruptivo. 

Nesse sentido, estamos falando da possível exclusão do agente intermediário nesse negócio. A própria companhia. Hoje, o Airbnb extrai valor a partir das taxas cobradas tanto do usuário quanto do proprietário do imóvel, já há críticos que sustentam que este modelo se assemelha inclusive ao feudalismo.

Dado que os anfitriões fazem o trabalho real de manter a casa limpa e tratar bem os hóspedes. Enquanto o Airbnb apenas oferece o serviço de intermediação ponto a ponto. 

DeFi e a economia de compartilhamento

DeFi

Dessa forma, os mais críticos e entusiastas das possibilidades advindas do DeFi, argumentam que serviços como Uber e Airbnb são forçados ao chamado imperativo de extração. Em outras palavras, é como se fosse um político em campanha.

Bem no início tudo são flores, ou seja, existe um alinhamento tanto com o usuário que utiliza o serviço quanto com o usuário que fornece o serviço.

Assim, são oferecidos subsídios iniciais e campanhas chamativas para trazer os usuários para dentro da plataforma. Contudo, os críticos argumentam que após esse período de consolidação e abertura de capital da empresa, o que sobra, é o interesse único e exclusivo do acionista. Com isso, a empresa é forçada a extrair o máximo de lucro possível dos usuários.

Em suma, o que esses críticos observam é que os princípios que estariam por trás da ideia de economia de compartilhamento, são colocados de lado, enquanto o marketing do negócio torna-se o centro das atenções da companhia. 

Um ótimo exemplo sobre esse desalinhamento entre a companhia e seus fornecedores de serviços, são os atos determinados pela companhia durante a pandemia da COVID-19. Unilateralmente, o Airbnb resolveu mudar as políticas de cancelamento e reembolso, priorizando os clientes da plataforma e colocando todo o ônus da crise sobre os anfitriões. 

Isso causa uma série de desconfianças por parte daqueles que fornecem o ativo necessário para a empresa gerar receitas. Contudo, a companhia preferiu priorizar os convidados, dado que são esses que geram receitas. 

Veja também: Conheça o Aave, protocolo DeFi para empréstimos

DeFi e o lançamento de uma plataforma descentralizada pela Binance

Anfitriões sentiram-se prejudicados sem dúvidas, muitos se sentem explorados. Contudo até o momento não há outra alternativa viável. É aí que entram as possibilidades geradas a partir das finanças descentralizadas.

Recentemente, a Binance lançou um serviço semelhante de forma descentralizada. O nome do serviço é Dtravel, a plataforma opera por meio da tecnologia blockchain e permite que reservas e pagamentos sejam realizados através de token.

Alguns ex-executivos de empresas como a própria Airbnb e outras grandes empresas como Google e Uber fazem parte do projeto que tem por definição: “um Airbnb com taxas mais baixas, criado para beneficiar anfitriões e hóspedes, em vez de uma corporação que prioriza os interesses dos acionistas acima dos de sua comunidade”

Dessa forma, a plataforma funciona como uma (DAO), que significa organização autônoma descentralizada. Assim, cada hóspede e anfitrião, recebe um token (TRVL), que exerce funções tanto de identidade quanto de moeda. O Dtravel cobra uma taxa de 7,5%. Enquanto concorrentes como o Airbnb arrecada algo em torno de 20% segundo o site.

Com essa tecnologia peer-to-peer, usuários e anfitriões podem ter comunicação direta, garantindo que as transações sejam efetuadas diretamente entre as partes, sem intermediação.

Conclusão

Não há dúvidas que as possibilidades trazidas pelo DeFi são bastante animadoras. Contudo, há de se ressaltar que ainda é necessário muito amadurecimento por parte dos usuários e da própria tecnologia. Para que no futuro essas ideias possam se consolidar como algo utilizável e bastante popular. 

Dessa forma, eventuais projetos que estão em andamento não se apresentam de forma imediata como ameaças para serviços como Airbnb e Uber. No entanto, ligam o alerta para que estes priorizem a qualidade de seus serviços.

Com isso caro leitor, deixo essa reflexão. Estaria mesmo serviços como Airbnb e Uber tão logo ameaçados por iniciativas geradas a partir da ideia de DeFi? Deixe sua opinião nos comentários. 

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