Poupança deve retornar a regra antiga e mudar o seu rendimento

Com uma taxa Selic de 8,5% ao ano, o estimado é que a poupança terá um retorno fixo de 0,5% ao mês + a taxa referencial, com rendimento total da caderneta de poupança de 6,17% ao ano, ainda assim com um rendimento que vai perder para a inflação.

Com o novo rendimento, a poupança passará a ter o rendimento da “antiga caderneta de poupança”, de acordo com a decisão que vai partir do Banco Central do Brasil. Está marcada uma reunião do Copom nesta semana, entre os dias 7 e 8, para definir a nova taxa básica de juros da economia.

Expectativa do mercado é que a Selic tenha novo aumento

A expectativa do mercado financeiro é de que aconteça um acréscimo de 1,50 ponto porcentual, o que elevaria a Selic para terminar o ano fixada em 9,25%. Desde 2012, que a poupança passou a ter um outro tipo de remuneração.

Sempre que a Selic estiver em pelo menos 8,5% ao ano, o rendimento fica limitado a um percentual de juros básicos mais a taxa referencial, calculada pelo Banco Central e que está zerada desde 2017.

Para os depósitos que foram realizados até abril de 2012, ou seja, nos antigos moldes da poupança, os rendimentos são calculados de segunda forma, não importando qual é a taxa Selic vigente do momento.

Regras atuais da poupança

Quando a Selic está com o rendimento limitado de até 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é limitado à 70% do rendimento da taxa básica de juros, mais a taxa referencial.

Agora, quando a Selic está maior do que 8,5%, se aplica o rendimento fixo de 0,5% ao mês, mais uma taxa referencial de 6,17% ao ano, tanto para os novos depósitos como também para os antigos.

Com uma confirmação de que a Taxa Selic vai ficar acima dos 8,5% ao ano, todas as aplicações na caderneta de poupança vão passar a ter um rendimento fixo de 0,5% ao mês, mais a taxa referencial, acontecendo como no formato que foi adotado em 2012.

Pior rendimento da poupança dos últimos anos

Em 2021, os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos de R$ 30 bilhões, o que mostra a desconfiança do brasileiro na aplicação, preferindo apostar o dinheiro em outros investimentos, como ações no exterior e criptomoedas.

Essa é a maior retirada de recursos desde o ano de 2016, quando aconteceu uma saída de R$ 53 bilhões da caderneta de poupança. O estoque dos valores depositados pelos brasileiros na modalidade de investimento é que o superava, pois ainda somava R$ 1,027 trilhões. O momento atual é de crise financeira e uma possível recessão econômica.

A caderneta de poupança não é um bom investimento neste momento, pois está perdendo de longe para a inflação, que neste ano atingiu o acumulado de dois dígitos na somatória dos 12 meses, atualmente com um índice 10,75% ao ano, uma das maiores inflações da América Latina.

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