O desenvolvimento de novas possibilidades de se investir em ativos, incluindo nisso recursos tecnológicos que permitiram facilitar a vida dos investidores, proporciona mais facilidade e economia de tempo na hora de investir.
Além disso, trouxe uma certa padronização nas operações, de forma que fosse possível fazer especulações de preços futuros de forma mais assertiva que em momentos passados. Nesse caráter mais especulativo dos preços futuros é que surgiu a possibilidade de se obter contratos futuros de ações e outros ativos.
Quando compramos uma ação no home broker, estamos adquirindo o que chamamos de papel daquela ação. Quando investimos em contratos, e não nos papéis, estamos lidando com uma forma mais padronizada e com relação a estudos voltados ao preço futuro daquele ativo.
Os papéis e contratos tem algumas diferenças entre eles, basicamente nas cotações e nos prazos. Enquanto os papéis dependem da cotação do momento em que se obtive o ativo, ou seja, o valor de compra ou venda para aquele momento, os contratos tem preços e prazos de vencimento pré-definidos, aos quais são acordados entre as partes independente da variação de preço do ativo até o período colocado.
Sendo assim, os contratos descrevem negociações para o futuro dos ativos, que podem ser benéficos ao comprador, caso a cotação de compra do ativo seja maior que o preço pré-definido, levando em conta o mesmo período da cotação e do vencimento. Para quem está vendendo, a busca é ter um acordo de forma antecipada a um preço de venda superior ao que se acredita ser o preço de cotação de papel até a data de vencimento do contrato.
De forma resumida, a forma dos contratos é baseada na mesma estratégia da compra de papéis: Compra pelo menor preço e vender pelo maior preço possível. Entretanto, o estudo na formação dos preços futuros é diferente do estudo da formação das cotações de datas mais atuais. Sendo assim, os contratos futuros são uma importante possibilidade de negociação de ativos dependendo do perfil e dos objetivos dos investidores.
Importante ressaltar que além do preço dos ativos e da data, a quantidade daquele ativo também é pré-definida, e pode ter limitações de mínimas possíveis e preços mais específicos em cada corretora para negociação.
Os contratos futuros, que é como chamamos por fim esse tipo de contrato, são negociados dentro da bolsa de valores, sendo assim, apresentam uma alta padronização. Nesse caso, os ativos negociados são chamados de ativos subjacentes.
Entretanto, as cotas padrões de contratos futuros costumam ser de altíssimo valor, dependendo do ativo. Só para se ter uma ideia, cada ponto do Ibovespa é o equivalente a R$ 1,00, sendo que é necessário um lote mínimo de 5 unidades. A uma cotação do Ibovespa a 100 mil pontos, o valor total pago seria de R$ 500 mil, que não é viável para qualquer um pagar, entrando aí os minicontratos.
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O que são os minicontratos?
Os minicontratos são frações dos lotes padrões dos contratos futuros de ativos. O objetivo de sua criação foi justamente trazer maior acessibilidade aos investidores, para que possam investir valores menores e conseguir adquirir esses contratos.
Sendo assim, aos investidores que desejam especular nas cotações de ativos e que tenham um menor poder aquisitivo, a chegada dos minicontratos acabou sendo transformadora dentro do mercado financeiro.
Como operar minicontratos?
Primeiramente, é preciso entender quais são as possibilidades de ativos que possam ser operados em minicontratos. Algumas formas são: Minicontrato de Petróleo, Mini Dólar Futuro, Mini-índice Bovespa, Mini contrato de S&P, Mini Contrato de Euro.
Essas são as formas mais negociadas dentro das possibilidades de minicontratos e se negociam de forma semelhante aos papéis no Home Broker.
O código dos mini contratos é dado da seguinte forma: As 3 letras iniciais que representam a empresa ou ativo, uma 4ª letra que representa o mês de vencimento e dois números (dígitos) que é o ano de vencimento. O Mês ao qual citamos, será a 4ª letra correspondente ao mês seguindo a tabela:
Janeiro | F |
Fevereiro | G |
Março | H |
Abril | J |
Maio | K |
Junho | M |
Julho | N |
Agosto | Q |
Setembro | U |
Outubro | V |
Novembro | X |
Dezembro | Z |
Para entender melhor, caso quiséssemos investir no mini dólar, com vencimento de contrato em novembro de 2020, o ativo que deve ser comprado é o WDOX20, onde a última letra e os dois dígitos representam justamente a data de vencimento do contrato.
Vantagens e desvantagens dos minicontratos
Uma das vantagens de se investir em minicontratos é a alta liquidez dos ativos, ou seja, não há tanto receio em se negociá-los a curto prazo à medida que há sempre compradores e vendedores no meio.
Outra vantagem é a possibilidade de alavancagem, ou seja, poder comprar um valor em ativos maior do que necessariamente o dinheiro que se tem. Sendo assim, haveria o pagamento restante desse “empréstimo” quando se obtivesse lucro.
Obviamente é uma possibilidade arriscada, pois há a chance de se perder dinheiro e ficar devendo para a corretora ao mesmo tempo. Deve ser muito bem pensado e estudado antes de entrar em qualquer operação do tipo, consciente dos riscos.
O aumento de recursos tecnológicos no investimento de ativos fez com que os minicontratos trouxessem uma possibilidade bastante flexível ao investidor, de forma que o mesmo possa operar no home broker em sua própria casa ou onde estiver conectado.
A questão de serem mais acessíveis que os lotes padrões de contratos futuros, fez com que os minicontratos tornassem viável uma maior diversificação dos ativos que um investidor pode comprar. Ou seja, com seu total de montante que está disposto a investir, ele consegue adquirir mais ativos diferentes do que na opção de comprar contratos de lotes inteiros.
Sabemos que isso é muito importante a qualquer investidor no mercado de ativos, principalmente nos ativos mais voláteis que apresentam variações de preços tão altas, e assim, por meio dessa diversificação, aumentar a segurança e controle sobre a carteira do indivíduo.
Agora tratando um pouco mais das preocupações relacionadas aos minicontratos, está principalmente relacionado aos riscos. As muitas variações nos preços dos ativos, fazem com que os preços de compra e venda pré-definidos possam sair muito da cotação.
Sendo assim, em alguns momentos é necessário contar com o acaso de que nada de extraordinário possa acontecer no cenário político e econômico nos noticiários que possa volatilizar de forma muito relevante nos preços, e sabemos que acontecimentos assim são difíceis de prever. Para entender melhor essa variação, vejamos o comportamento do mini dólar com convencimento em novembro de 2020, o WDOX20:
As altas e quedas diárias das cotações acabam variando os minicontratos diariamente, então é importante saber o melhor momento de fazer uma operação assertiva em um dia e cenário propício. Algumas decisões para contratos futuros podem custar muito caro, então não é tão simples achar que previsões sobre preços de ativos são totalmente confiáveis.
Outro ponto importante, é que além do estudo no preço das cotações e de quanta vantagem você pode obter em uma operação, deve ser levada em conta as taxas de administração e de corretagens, além do valor do imposto de renda que é cobrado em cima do lucro de acionistas.
Conclusão
Os minicontratos tornaram-se uma excelente forma de alcançar um maior número de investidores dentro dos contratos futuros e assim, fazer com que o mercado se torne ainda líquido e atrativo.
É preciso tomar muito cuidado com as questões especulativas de preço, já que os cenários do mesmo podem fazer com que se ganhe muito dinheiro, mas também se perca muito dinheiro.
Entender o seu perfil de investidor, conhecer os riscos e principalmente gerenciá-los através do conhecimento do que se está investindo dentro dos contratos ou minicontratos futuros é muito importante para se obter resultados positivos dentro das negociações dos ativos.