No final do ano passado fizemos uma lista de influenciadores e blogueiros que produzem conteúdos focados em finanças. Começamos pelo Me Poupe, intitulado o maior canal de conteúdo financeiro no Youtube do mundo.
Mas, estamos acompanhando um crescimento significativo no número de pessoas falando sobre investimentos e finanças pessoais. E, como exemplo disso, pessoas antes focadas no mundo “fit” e lifestyle migraram seus conteúdos para um lado mais financeiro.
Não ter acesso a educação financeira é comum para a maioria da população brasileira, criando um problema que atravessa várias gerações. Faz pouco tempo que isso vem mudando. Com a internet e a descentralização das informações, conseguimos que conteúdos de influenciadores de finanças cheguem para diferentes públicos de diferentes classes sociais.
Mas será que o mercado ainda tem espaço para novos influenciadores de finanças?
Uma saturação do mercado pode parecer evidente para nós, que estamos conectados o tempo todo, trabalhando com investimentos e temos acesso à internet 24 horas por dia.
Mas: 1- Como vivemos em um país com uma população de mais de 200 milhões de habitantes. 2- Também somos um dos países com a maior desigualdade sociais do mundo. 3- São mais de 50% das famílias brasileiras endividadas, acredito que o mercado ainda não esteja saturado para todos os segmentos.
Listamos aqui, novos entrantes neste mercado online de conteúdos financeiros. Seja de quem pivotou o foco de seu canal de YouTube ou Instagram, ou também pessoas que produzem conteúdos para públicos que não estavam sendo representados.
Favelado Investidor
Murilo Duarte é o protagonista do canal Favelado Investidor. Ele tem o objetivo de acabar com o estigma de que investimento é só para pessoas ricas.
Em seu YouTube, seus vídeos têm quase 2 milhões de visualizações. Possui 230 mil seguidores no Instagram e 53 mil no Twitter.
Seu canal vem crescendo bastante. Recentemente, foi destaque em matérias no G1 e no IG, onde deu dicas de como enfrentar a crise causada pelo coronavírus.
Em seus vídeos e textos, Murilo simula investimentos para pessoas que recebem um salário mínimo. Sempre incentivando a todos a investir um pouco por mês.
Riqueza Em Dias
Carol Dias criou seu canal no YouTube focado em investimentos em outubro de 2019.
Desde então, já acumula quase um milhão de views na plataforma. Já produziu um e-book, “Invista bem”, onde aborda renda variável, perfil de investidor, fundamentos e opções de corretoras para investir.
A produtora de conteúdo tem 5,8 milhões de seguidores no Instagram. No meio do ano passado, migrou seu conteúdo de lifestyle para finanças.
Muito famosa por ter iniciado sua carreira como modelo e “Panicat”, em entrevista para o IG, afirma que o mundo das finanças pode ser preconceituoso:
“As pessoas diziam: ‘ah, ela é modelo, ela não sabe investir, ela é burra’ ou ‘Como você que é modelo quer ensinar alguém? Você é mulher, e mulher não entende de finanças”.
Nath Finanças
Com público alvo de trabalhadores que ganham um salário mínimo, estudantes, desempregados, estagiários, Nathalia Rodrigues aborda a educação financeira em seu canal com 165 mil inscritos.
Em seu Twitter, tem 390 mil seguidores e, no Instagram 230 mil.
Nathalia é estudante de administração e tem 22 anos. Afirma em seu canal que o objetivo de seus conteúdos é fazer com que as pessoas paguem suas dívidas. Estimulando o uso do seu dinheiro da melhor forma possível.
Os canais disponíveis na internet são realmente suficientes?
Ainda que tenhamos novos entrantes no mercado, entendo que o desafio maior seja como conseguir que a informação chegue para mais pessoas.
Apesar do número de usuários de internet no Brasil em 2019 ter chegado à 134 milhões, com 71% dos domicílios com acesso à rede, a TV aberta ainda é o maior veículo influenciador que temos no Brasil. Segundo o Ibope, 97% dos domicílios do país possuem pelo menos um aparelho de TV, somando 207 milhões de espectadores.
No final de 2018, a Band deu início, juntamente com a Nathalia Arcuri, na produção de um reality show do Me Poupe. Os episódios contavam histórias de brasileiros endividados. Deixando claro o motivo do endividamento e fornecendo um passo a passo de como conseguiriam limpar seus nomes.
Ainda temos um longo caminho a frente para diminuir a porcentagem de famílias brasileiras endividadas. Só a partir de dezembro do ano passado, as instituições de ensino começaram a abordar o tema “finanças” obrigatoriamente. Além da TV, internet, influenciadores de finanças e escola, será que conseguimos abordar a educação financeira por outro canal?