Um título bem clickbait, né? Mas é isso mesmo. Quer aumentar o faturamento da sua empresa? Contrate mulheres.
Um estudo realizado pela Harvard Business School em empresas de capital de risco dominadas por homens, apontou que, ao aumentar em 10% o número de mulheres em seu corpo de colaboradores, tiveram 1.5% de crescimento em retorno dos investimentos e 9.7% mais investimentos lucráveis.
Em outra pesquisa realizada pela ILO, Organização Internacional do Trabalho, os números positivos são em relação a ter mulheres em posições de liderança. Depois de estudarem mais de 12 mil empresas, identificaram que o impacto em 74% delas é de pelo menos 5% de crescimento, podendo a chegar em 20%.
Mas, apesar destes dados, o número de mulheres nas empresas e principalmente em cargos de liderança está longe de ser igualitário dentre os gêneros. Esta, é a bandeira levantada pela campanha do Dia Internacional da Mulher, a equidade.
Essa palavra, que às vezes é utilizada no lugar de igualdade, significa mais que uma proporção numérica. A equidade é tratar das diferenças das pessoas de forma justa e imparcial. Mas, o que podemos fazer para que, além de igualdade numérica, também alcancemos a equidade em nossas empresas?
O WEP
Da sigla em inglês, Women’s Empowerment Principals, temos os princípios de empoderamento das mulheres. Esses fundamentos foram criados pela ONU para aumentar o número e satisfação das mulheres nas empresas.
Eles são como um passo a passo para o mundo corporativo com o objetivo de alcançar a equidade de gênero. Além disso, as empresas podem aderir ao WEP. Assim, entram em uma lista mundial de empresas que controlam de perto o número de mulheres em meio aos seus funcionários. A última empresa presente no Brasil que estreou na lista foi a ArcelorMittal.
Os princípios
São 7 os princípios descritos no documento da ONU. Mas, para entendermos como cada um deles podem ser identificados em terras brasileiras e também pelo mundo, compilei uma notícia que se relaciona com cada um dos fundamentos. Assim, deixo ainda mais claro como as empresas podem atuar em busca da equidade de gênero.
1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível
Neste primeiro fundamento, temos uma notícia sobre o CEO do Goldman Sachs, um grupo financeiro internacional de investimentos. Durante o Fórum Econômico Mundial deste ano, o David Solomon falou em alto e bom som que não fará IPOs de empresas que tenham seu board formado exclusivamente por homens. E, já informou que, em 2021, pelo menos 2 pessoas do grupo de diretores terão que ser mulheres.
Solomon completou: “Quando olho para os IPOs dos últimos 4 anos e suas performances, quando tinha uma mulher no board, o resultado foi significantemente melhor que IPOs de empresas sem mulheres”.
Seu incentivo pode ser inspirador para outros líderes ao redor do mundo. Pode garantir que sua empresa tenha pelo menos uma líder mulher, ou só trabalhar com empresas que façam isso.
2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.
Além de tratar mulheres e homens de forma justa no trabalho, a Loft também atende ao quarto princípio do WEP, o de promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para mulheres. Podemos ver isso com essa última notícia da marca.
Este mais novo unicórnio brasileiro do segmento imobiliário, instituiu licença paternidade de 6 meses. Também traçou metas de contratação de mulheres em posições de liderança – no time como um todo e com uma meta especial para o time de tecnologia. E desenvolve planos de carreira sem distinção de gênero.
3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.
Quando pensamos em saúde, muitas vezes nos esquecemos do que usamos muito em nossos trabalhos hoje, nossa mente. A Resultados Digitais, uma plataforma com soluções em marketing, contratou um serviço de atendimentos psicológicos online. Além disso, a empresa tem uma psicóloga interna, que faz uma triagem e direciona os atendimentos.
Segue fala do diretor da área de talentos da Resultados Digitais em entrevista para a Época Negócios:
“Em contextos de muito crescimento e mudança, dar às pessoas suporte para que possam gerenciar suas situações de estresse e ansiedade já demonstra ser um fator de melhora em clima organizacional, engajamento e com impacto na percepção das pessoas sobre a relevância e impacto do seu trabalho.”
4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.
Na próxima semana, o Google realiza um programa gratuito de capacitação no Ginásio do Ibirapuera. Com 10 mil vagas disponíveis (já esgotadas), a empresa continua o seu curso “Cresça com o Google – Women Will”.
Serão apresentadas ferramentas digitais, de negociação, técnicas de vendas, e liderança feminina. Esses conhecimentos auxiliaram as mulheres em seu plano de desenvolvimento pessoal e de negócios. Podendo, depois, empreender, impulsionar seus negócios e mudar de profissão.
5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.
O Cubo, espaço de empreendedorismo do Itaú, promoveu nesta semana o workshop ELA PODE, em comemoração ao Dia da Mulher. O curso contou com capacitação de mulheres nas áreas de liderança, marca pessoal, técnicas de vendas e construção de relacionamentos.
6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.
Em reportagem publicada pela Forbes hoje, que aponta sete empresas que estão trabalhando na equidade de gênero, está em destaque a AMARO, marca brasileira de moda feminina.
A marca tem parceria com projetos sociais de apoio a mulheres jovens e também a comunidade LGBT. Eles apoiam o projeto Plano de Menina, uma plataforma focada no protagonismo da mulher. E também o Casa 1, centro de acolhimento de pessoas LGBT em vulnerabilidade social.
7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.
E, mais uma vez, a AMARO! Ela está com campanha em seus canais de comunicação sobre o número de mulheres presentes na empresa e também em sua liderança. Segundo este post no Instagram da marca, 61% de seus líderes são mulheres.
A mudança é para ontem
Sabemos que (infelizmente) ainda temos um longo caminho para alcançar a equidade de gêneros no Brasil e no mundo. Mas, as empresas, onde passamos cerca de ⅓ de nossas vidas, são extremamente poderosas em promover e desenvolver mulheres.
Precisamos identificar nossos preconceitos e limitações, e atuar em cima deles.
Ação Nox Bitcoin
Pensando em desenvolver nosso ecossistema próximo, na próxima terça, realizaremos um meetup apresentado 100% por mulheres destaque em sua atuação.
Andreza Alexandre, nossa sócia e co-fundadora fará uma apresentação introdutória para o nosso painel, que discutirá o tema “Quero trabalhar em uma fintech!”.
Com a mediação da Mariana Fonseca, repórter de empreendedorismo e inovação na PEGN conversaremos com as participantes: Juliana Gusmão, Gerente de aquisição de talentos na Creditas, Beatriz Bazanelli, que compõe o time de RH da Juros Baixos e Juliana Machado, Gerente de Operações no QuintoAndar.