A Eletrobras informa ao mercado que a conselheira Lucia Maria Martins Casasanta, indicada pelo acionista controlador e com mandato até o final de abril, renunciou, a contar a partir de amanhã (14), ao cargo no conselho de administração da empresa.
De acordo com comunicado ao mercado, a conselheira da Eletrobras (ELET3) Lucia Maria Martins Casasanta, a primeira Diretora de Governança, Riscos e Conformidade da Eletrobras, foi selecionada por processo independente de Head Hunter.
Além disso, a executiva liderou o processo de contratação e execução da investigação independente durante a operação Lava Jato, instalada no Brasil. Sob sua direção, foi implementado o Programa de Integridade (Compliance).
A saída da executiva é atribuída a novos desafios profissionais e pessoais que pretende assumir.
Histórico de renúncias na Eletrobras
Vale lembrar que em julho do ano passado, Casasanta renunciou ao cargo de Diretora e foi indicada pelo controlador para uma de suas vagas no Conselho de Administração, sendo também, até hoje, a coordenadora do Comitê de Estratégia, Governança e Sustentabilidade, além de membro do Comitê de Elegibilidade das Empresas Eletrobras.
Além disso, acompanhando essa listagem de renúncias, Mauro Cunha também deixou o conselho de administração da estatal, após o board aprovar Rodrigo Limp como presidente da elétrica, acatando indicação da controladora União e ignorando a opinião da consultoria Korn Ferry, contratada para conduzir o processo de sucessão.
Acompanhando essa listagem de renúncias, no final de março deste ano, o conselheiro de administração da companhia, Ricardo Brandão Silva, também indicado pela União, apresentou sua carta de renúncia e deixou o cargo no dia 1º de abril.
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Substituta de Brandão
Ana Carolina Tannuri Laferté Marinho, foi eleita em reunião do Conselho de Administração, para substituí-la para completar o mandato até a Assembleia Geral Ordinária (AGO), prevista para o dia 27 de abril.
A conselheira é subchefe adjunta de Infraestrutura da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil desde janeiro de 2018, e já consta como candidata, indicada pela União, na Proposta de Administração da 61ª AGO.
Marinho tem bacharelado pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e possui pós-graduação lato sensu com ênfase em direito constitucional no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), além de pós-graduações lato sensu na Escola da Magistratura do Distrito Federal (Amagis) e no Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (Ibet).
Privatização da Eletrobras enfraquece
O impasse no Congresso sobre a medida provisória (MP) que permite a privatização da Eletrobras, que está a pouco mais de dois meses de perder a validade. O relator, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), teria desistido da ideia de fatiar a companhia em três, mas segue defendendo mudanças no texto, em especial no rateio do dinheiro a ser levantado com a privatização.
A venda da Eletrobras é uma das principais bandeiras liberais do governo, ao lado da privatização dos Correios, que também está sendo discutida no Congresso, via projeto de lei.
Ações da Eletrobras na bolsa
Com baixa de 2,75%, as ações de Eletrobras (ELET6) tiveram o pior desempenho do dia e encerraram o pregão cotadas a R$ 34,97. Conforme operadores do mercado ouvidos pelo Broadcast, o papel caiu sob a influência de notícias sobre mudanças no processo de privatização da elétrica.
Além disso, ações ordinárias da empresa (ELET3), desvalorizaram 1,95%, fechando entre as maiores baixas do pregão, cotadas a R$ 34,76. Os papéis ON caíram pelos mesmo motivos que afetaram as ações preferenciais.
Em suma, no mês, as ações ON da companhia tiveram valorização de 1,43%, e no ano, desvalorização de 0,71%.