Nos últimos 12 meses, o consumidor vem enfrentando uma inflação cada vez mais alta no Brasil, em um acumulado no período que já atinge 9,68%. As expectativas são muito negativas, principalmente pelos conflitos políticos, aumento da cesta básica na maior parte das capitais e com a desvalorização do real em comparação ao dólar.
A inflação do último mês foi a maior do período desde 2000. O maior acumulado dos últimos 12 meses só não supera o registrado em fevereiro de 2016, quando alcançou 10,36%, em um período onde aconteceu o impeachment.
Em agosto de 2020, a variação foi de 0,24%, ou seja, a variação foi de 3x maior neste ano. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos nove grupos que foram pesquisados, oito apresentaram alta no período da consulta.
Gasolina puxou a alta da inflação no mês de agosto
Dos produtos que foram consultados pelo IBGE, a gasolina subiu 2,80%, etanol 4,50%, gás veicular 2,06% e o óleo diesel com 1,79%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor subiu 0,88% em agosto, com uma queda de 0,14% em comparação com a subida de 1,02% que aconteceu em julho.
Para a medição do INPC, a principal influência está no preço dos alimentos, que subiu 1,29% em agosto, acima dos 0,66% observado em julho. Basicamente todos os índices estão apresentando altas ao longo do ano.
Cesta básica aumentou em 13 de 17 capitais pesquisadas
A última pesquisa realizada pelo Dieese apontou que 13 de 17 capitais do país que foram pesquisadas registraram aumentos no preço da cesta básica. O levantamento foi divulgado na última quarta-feira (8), com os maiores aumentos em Campo Grande (3,48%) e Belo Horizonte (2,45).
De outro lado, algumas capitais registraram quedas no preço da cesta básica, como Aracaju (-6,56%) e Curitiba (-3,12%). A cesta básica que mais subiu no acumulado dos últimos 12 meses é a de Brasília, com uma elevação de 34%, atualmente em R$ 594,59.
Inflação do Brasil está entre as maiores da América Latina
Uma pesquisa apontada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontou que a inflação no Brasil já é a terceira maior da América Latina, com um acumulado de 9% nos últimos 12 meses. A Argentina lidera esse ranking com 51% e o Haiti com 17%. A Venezuela por estar em uma situação de hiperinflação não consta na lista.
Um dos motivos que tem levado à desvalorização da moeda brasileira são as constantes crises políticas, como os ataques de Bolsonaro ao STF. A vacinação ainda está mais lenta que em outros países, o que também acaba freando a recuperação econômica que era prevista por Guedes, mas que não deverá acontecer este ano.
O maior problema de os preços subirem por conta da inflação, é que o salário acaba não acompanhando esse efeito monetário. O salário mínimo vigente do Brasil é um dos mais baixos da América Latina, atualmente em R$ 1.100.