O ouro é uma das mercadorias mais antigas do mundo, onde sempre foi tratado como dinheiro propriamente dito. Mais recentemente foi substituído por papel e outros metais menos nobres como moeda corrente, algo que você utiliza convenientemente como meio de troca, mas cuja validade como unidade de conta é temporária e cujo uso como reserva de valor ao longo do tempo é nulo. Historicamente sabemos da grande relevância que teve no Brasil no século XVIII, dominando a dinâmica econômica do Brasil Colônia.
Três séculos depois, podemos observar que a dinâmica do investimento em ouro mudou, mas sua importância continua a mesma. No mercado financeiro, o metal é considerado o “porto seguro” de qualquer investidor, isso porque se trata de uma ativo físico, lastreando reserva monetária de muitas economias globais, tendo seu valor e demanda sempre garantidos.
Leia também:
Entendendo os ativos de proteção: Dólar, Bitcoin e Ouro
Quanto Ouro ainda resta para ser extraído no mundo?
ETF Ouro GOLD11
Nas últimas semanas a B3 informou ao mercado que passaria a negociar seu primeiro ETF (Exchange Traded Fund ou Fundo de Índice) de ouro, ou seja, um fundo que irá replicar o iShares Gold Trust (IAU), da BlackRock, listado na bolsa americana NYSE, com um dos maiores estoques de ouro do mundo, quase 168 toneladas, que replica o desempenho da carteira teórica de ativos do índice LBMA Gold Price.
O produto foi desenvolvido pela XP Inc., tendo suas cotas negociadas na B3 de forma semelhante às ações. Porém, ao adquirir tais cotas, o investidor, indiretamente, passa a deter todos os ativos que compõem a carteira teórica do LBMA.
A carteira do fundo é composta por 99.83% de ações de IAU (iShares Gold Trust), possuindo uma taxa de administração 0,30% ao ano. Além disso, é possível realizar investimento em lotes a partir de 1 cota no mercado secundário (bolsa de valores, corretoras), o valor da cota patrimonial na data atual é de R$10,94.
O primeiro ETF de ouro no Brasil constitui um grande avanço para o mercado, demonstrando o amadurecimento das estruturas que compõem a bolsa brasileira, aumentando o leque de ETFs que até então o investidor brasileiro não estava familiarizado, tornando muito conveniente o investimento, juntamente com alinhamento das metas financeiras, proporcionando mais eficiência aos investidores que buscam diversificação no setor.
Um ativo para além do tempo
Sabemos que a moeda corrente perde valor ao longo do tempo. Hoje o seu 1 Real vale menos do que há 10 anos. Exemplo clássico é do famoso Kinder Ovo, que poderia ser comprado por R$ 1,00 alguns anos atrás, mas que hoje é vendido por um preço médio de R$ 7,00.
Isso acontece devido à inflação, que nada mais é do que o aumento contínuo e generalizado dos preços em uma economia. Existem diversos motivos pelos quais há aumento da inflação, se você quiser saber mais sobre, clique aqui.
Dito isso, podemos identificar que há diferença no valor relativo dos metais preciosos em relação às moedas correntes ao longo do tempo, com relação à inflação. O Ouro é um ativo tangível que tradicionalmente mantém seu valor. Ou seja, serve como proteção contra a desvalorização do real e aumento da inflação. Por essa razão, historicamente em período de grande desvalorização da nossa moeda, o ouro se valoriza.
Para se ter uma ideia, o ouro subiu mais de 20% em 2020, ano em que passamos por uma das piores crises de todos os tempos.
Isso quer dizer que o ouro já atingiu seu topo? A alta de 20% no ano pode surpreender, todavia, ao compararmos o gráfico do ouro contra o S&P 500, observamos que o metal precioso ainda teria espaço para se valorizar quando comparado com ações.
Vantagens de um ETF Ouro
Proteção Financeira: Como já relatado, o ouro serve perfeitamente para momentos de crise ou oscilação do mercado, criando uma proteção de capital.
Reserva de valor: O ouro é um referencial econômico há séculos. Além disso, por ser escasso, sempre terá valor no mercado, transmitindo segurança, durabilidade e ancoragem financeira.
Valorização em meio às crises: O ouro tende a se valorizar quando há medo entre os investidores e aversão ao risco. Além disso, em momentos de estabilidade econômica, não há perda substancial no preço do ativo.
O que faria Warren Buffett?
Já sabemos que o ouro sempre foi um verdadeiro ativo de reserva de valor. Parece contraditório, mas o que gera valor hoje ao metal é justamente sua capacidade de não ser impresso. A escassez do metal é tão grande que Buffett já dizia:
“O estoque global de ouro é de aproximadamente 170 mil toneladas. Se todo esse ouro fosse derretido, caberia em um cubo de 20 metros de aresta”
Não é por acaso que o maior investidor de todos os tempos, em 2020, aportou US$ 560 milhões na Barrick Gold, mineradora dona de cinco das dez maiores minas de ouro do mundo, com o intuito de capturar oportunidades e se proteger de cenários inflacionários e de risco do papel-moeda.
Diversifique sua carteira
As transações realizadas em GOLD11 proporcionam ao investidor uma carteira variada de ativos, de forma transparente, com a divulgação diária da composição da carteira do índice e formação de preço em bolsa.
Independentemente da preocupação do investidor, seja com a inflação, com a queda do real frente ao dólar, com os juros baixos no mundo ou até mesmo com a proteção do patrimônio, o investimento em ouro, no geral, é uma ótima opção.
Conclusão
O GOLD11 oferece uma nova oportunidade aos investidores brasileiros, em um momento crucial, onde estímulos monetários se espalham pelo mundo e a crise atinge em cheio diversos países.
Os ETF vem para otimizar portfólios, diversificar, manter a capacidade de renda, minimizar a volatilidade e maximizar o valor do investimento. O GOLD11 trata-se de uma excelente reserva de valor, que lastreia a reserva monetária de muitas economias globais, tendo seu valor e demanda sempre garantidos, a fim de proteger o capital e salvaguardar o patrimônio.