Enquanto milhões de pessoas apresentam dificuldades e até mesmo redução nos ganhos durante a pandemia, os bilionários acabaram ficando ainda mais ricos, segundo constam relatórios publicados pelo Institute for Policy Studies e também pela Americans for Tax Fairness.
Considerando o período desde março do ano passado até o final de janeiro de 2021, estima-se que os bilionários dos EUA tiveram um crescimento de seu patrimônio, juntos, em cerca de US$1,1 trilhão.
Em porcentagem, viu que esses mesmos bilionários tiveram um crescimento de 40% de todo seu patrimônio, mostrando que mesmo em tempos difíceis de crise, estes conseguiram não só recuperar o que acabaram perdendo durante alguns períodos da pandemia, mas saírem ainda mais ricos depois de todos esses acontecimentos.
De acordo com esse mesmo relatório, cerca de 46 pessoas se juntaram desde março do ano passado até agora, ao grupo dos selecionados bilionários, o que também nos remete a um maior aumento da desigualdade entre os americanos.
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Muitos dos que estão por baixo, tiveram suas rendas cortadas, o que também é demonstrado pela alta do desemprego durante todo este período de crise da pandemia do novo coronavírus e de suas consequências.
Juntos, os 660 bilionários dos EUA acabam sendo detentores de US$4,1 trilhões. Toda essa quantia equivale a 2/3 a mais que o valor que 50% da população dos EUA possui em sua parte mais desfavorecida economicamente.
Entretanto, os economistas da University of Chicago, University of Notre Dame e do Lab for Economic Opportunities, apontaram que o número de pessoas que foram para a pobreza subiu 8 milhões durante os últimos meses do ano, ainda bastante afetado pela pandemia.
No segundo semestre de 2020, ocorreu um aumento de 2,4 pontos percentuais na taxa que mede a pobreza no país, o que seria equivalente ao dobro do maior aumento do número de pobres no país desde os anos 1960.
O primeiro semestre, porém, acabou sendo mais ameno nesse sentido, inclusive tendo uma leve queda neste índice de pobreza. Isso aconteceu, na maior parte dos casos, por conta dos auxílios distribuídos pelo governo federal que favoreceu muitas pessoas.
As taxas de pobreza cresceram ainda mais nos estados da Flórida, Mississippi, Arizona e Carolina do Norte, que foram os mais afetados. Através desses dados, os economistas responsáveis pelo relatório apontaram “a pobreza aumentou mais em estados com sistemas de seguro-desemprego menos eficazes”.
Um dos motivos que podemos levantar a respeito desse sucesso dos bilionários durante a pandemia, é justamente os investimentos mais arrojados em ativos de renda variável que são aplicados por eles. A bolsa de valores, desde o seu menor patamar em março de 2020, rendeu ganhos excelentes aos seus investidores.
O S&P 500, desde o seu ponto mais baixo ocorrido no início da pandemia, rendeu mais de 70% desde então. No começo de 2020, 87% das ações e fundos estavam sob o poder de 10% dos mais ricos dos EUA. Aliando isso com a ideia da valorização da bolsa desde esse período, fica fácil entender como eles ficaram ainda mais ricos.
Para se ter uma ideia, Elon Musk, o homem mais rico do mundo, atingiu esse posto após conseguir alavancar o seu patrimônio em mais US$155 bilhões nesse período, principalmente pela valorização absurda que as ações da Tesla tiveram em 2020.
Outro mercado que foi bastante explorado pelos bilionários durante a pandemia foi o imobiliário. Tanto o número de casas vendidas, quanto o preço dessas casas, atingiram valores muito relevantes durante o ano de 2020. As vendas dessas casas atingiu o maior crescimento dos últimos 14 anos, o que também favoreceu o crescimento de patrimônio dos super-ricos.
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