Entenda o perfil de investidores de Bitcoin

No ano de 2020, houve um boom de novos entrantes no mercado de investimentos. Embora a pandemia da covid19 tenha afetado o orçamento de inúmeras pessoas ao redor do mundo, para outras, foi o momento de poupar. Além disso, o maior tempo à disposição pelo fato de estar em casa possibilitou, também, que as pessoas estudassem novas formas de diversificarem seus investimentos. Sendo assim, uma destas formas foi o estudo sobre investimentos no mercado de criptomoedas, principalmente no Bitcoin.

Além disso, nos últimos anos, criptomoedas e Bitcoin tem se apresentado como uma das tecnologias do futuro. Não é somente uma moeda, que pode ser usada como forma de pagamento de forma seguro e descentralizada. Por exemplo, a blockchain da rede Ethereum vem propondo soluções para os mais variados negócios, como as DeFi.

Sendo assim, devido à esses e outros motivos, o Bitcoin e o mercado de criptomoedas vem sendo o favorito de muitos investidores. Contudo, o mercado não funciona exatamente igual ao mercado de ações tradicional. É necessário verificar se seu perfil de investidor “casa” com o mercado de criptomoedas. Caso contrário, pondere os riscos e realize os devidos estudos. Com isso, nesse artigo, iremos abordar um pouco sobre o perfil de investidores em criptomoedas e Bitcoin.

Veja também: Entenda sobre as finanças descentralizadas (DeFi)

A relação entre perfis de investidores e criptomoedas

Perfil

O perfil de investidor é um modelo que classifica a capacidade do investidor em tomar riscos ao tomar determinadas decisões sobre investimentos. Este modelo é aplicável tanto para o mercado tradicional quanto para o mercado de criptomoedas.

Nesse sentido, compreender quando o seu perfil de investidor em relação a criptomoedas ajuda reduzir as chances de possíveis perdas em movimentações equivocadas. Ou seja, é possível realizar uma venda em um momento errado, bem como uma compra no momento errado.

Embora muitos digam que existe um tipo ideal de investidor em criptomoedas, geralmente jovens com alta capacidade de tomar risco, isso não é uma verdade. É possível tirar proveito de acordo com cada perfil.

Perfil conservador

Este perfil é associado aos que estão começando a investir criptomoedas, devido ao baixo conhecimento sobre este mercado. Este tipo de investidor não tem capacidade de tomar tantos riscos, geralmente tomando decisões mais cautelosas.

Além disso, costumam a realizar aportes menores e em ativos de menor risco, como stablecoins. Também realizam investimentos ocasionais, não se dedicam ativamente ao mercado de criptomoedas.

Perfil moderado

Já investidores de perfil moderado se sentem mais seguros e tem uma capacidade maior de tomar riscos na hora de realizar investimentos em criptomoedas. O seu conhecimento sobre o mercado já permite projetar retornos.

Dessa forma, estes investidores passam a investir em Bitcoin, que possuem um risco relativamente alto de flutuação. Porém, é uma criptomoeda mais consolidada no mercado, em relação a outras criptomoedas.

Perfil agressivo

Por fim, no perfil agressivo, o investidor já possui bastante conhecimento sobre o mercado de criptomoedas. É capaz de correr um risco maior para obter alto retorno. Também consegue realizar diversos tipos de trades, tanto no longo prazo quando em venda diária.

Sendo assim, nesse tipo de perfil, o investidor pode saber qual é o melhor momento para realizar uma compra ou venda de uma criptomoeda. Geralmente, opera neste mercado diariamente.

Perfil de investidores brasileiros de Bitcoin

Em 2018, foi publicada uma pesquisa para um trabalho de conclusão do curso de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). Este trabalho aborda o entendimento sobre características, motivações e percepções do investidor de criptomoedas no Brasil.

Segundo a pesquisa, o investidor brasileiro de criptomoedas é, em geral, do sexo masculino, jovem e possui baixa renda. Mais da metade (57,2%) possui entre 20 e 30 anos, sendo a média de 28, composta por 90% em homens. Para se ter uma noção, na B3, bolsa de valores brasileira, a média de idade é 36 anos, sendo 80,7% com idade acima da média referida.

Além disso, um outro dado interessante é que 69,7% possuem renda individual de até R$5000,00. Isso mostra a maior inclusão financeira propiciada pelo mercado de criptomoedas, que permite investimentos a partir de R$100,00 em algumas exchanges. Se comparar ao mercado financeiro tradicional, a renda mensal do investidor passa a ser uma barreira de entrada menos relevante.

Nesse sentido, é de se esperar que esses investidores não conheçam modalidades de investimentos mais tradicionais. A pesquisa mostrou que 45,2% dos investidores de criptomoedas e Bitcoin não realizam investimentos em títulos públicos, ações, cotas em fundos e etc.

Bitcoin é a queridinha

Entre esses investidores, era de se esperar que o Bitcoin fosse a moeda mais comum no portfólio de criptomoedas. Cerca de 85% dos investidores deste mercado possuem Bitcoin na carteira. 

Com isso, este número pode ser explicado pelo baixo número de exchanges presentes em território nacional, sendo que estas possuem apenas as criptomoedas mais tradicionais. Para fins de comparação, no mercado mundial, o Bitcoin está presente em 48% dos investidores. Em seguida, completam a lista a Ethereum (47,7%), a Litecoin (29,9%), IOTA (21,2%) e Ripple (21,2%).

Além disso, outro ponto observado pela pesquisa, é que a entrada dos investidores no mercado de criptomoedas se deu durante o segundo semestre de 2017. Este período coincidiu com o primeiro grande crescimento do valor do Bitcoin. Contudo, é possível questionar se as pessoas realmente apostaram na tecnologia relacionada ao Bitcoin ou ao seu aumento de valor.

Veja também: Bitcoin ou Ouro? Entenda as discussões sobre os ativos de proteção

Conclusão

Como podemos ver, o perfil de investidor em criptomoedas foge do mercado tradicional de investimentos. Não necessariamente são pessoas que possuem perfil mais agressivo em termos de investimento, mas, quando o assunto é Bitcoin e criptomoedas, existe uma maior receptividade. Criptomoedas são ativos que são voláteis por naturezas, assim como bastante suscetíveis às questões sobre seu universo.

Sendo assim, embora o perfil brasileiro de investidores em criptomoedas tenha sido mapeado por essa pesquisa realizada pela FGV, é necessário entender seu próprio perfil de investidor. O seu nível de conhecimento sobre o mercado de criptomoedas irá definir a capacidade de tomar riscos. 

Em síntese, a capacidade de tomar risco independente do mercado em que o investidor participa. Se tratando de um mercado novo, como o de Bitcoins e outras criptomoedas, é necessário estudo. Diversos grandes empresários, que antes não acreditavam no Bitcoin como um ativo, passaram a ter outra percepção sobre a criptomoeda. Ou seja, mudaram seu perfil de investidor em relação ao Bitcoin à medida que aprenderam mais sobre este universo.

Veja também: Comprar criptomoedas ou investir através de um ETF da B3?

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