Com um acumulado de 14% na queda do dólar apenas nos últimos três meses, o mercado internacional começou a olhar com bons olhos para a economia brasileira, motivada pela quebra de recordes em sequência da Ibovespa, agenda de privatizações e reformas passando no Governo Federal, além do começo da vacinação para a COVID-19.
Porém, uma dúvida começou a surgir para vários analistas econômicos: porque o dólar não consegue baixar mais do que R$ 5? Estamos em uma situação quase que estagnada, onde a moeda brasileira conseguiu estreitar a inflação em relação ao dólar americano, mas a moeda americana bate R$ 5,10 máximo, ou não cai para mais de R$ 4,99.
As previsões são as mais positivas possíveis, com um cenário cambial que poderia chegar à R$ 4,50 até o fim do ano, contrariando a previsão mais otimista de Guedes que seria manter a divisa americana em R$ 5. Outro ponto positivo destacado pelo ministro, é que já fizemos “Overshooting” e que não veremos mais o dólar entre R$ 5,60 e 5,80.
Queda de 2021 ainda não é tão positiva como em 2020
O temor pelo dólar a mais de R$ 6 começou em 2020. No ano passado, a moeda americana tocou R$ 5,92, recorde quase alcançado em março deste ano (R$ 5,88). Em junho de 2020, o dólar tocou R$ 4,82, porém subiu e voltou a casa de 5, baixada ligeiramente nesta última quinta-feira (17) com a reunião do COPOM.
Poderíamos até dizer que o dólar está pregado em uma “armadilha psicológica”. Algumas barreiras podem estar segurando o dólar em R$ 5, como o Auxílio Emergencial e o dinheiro enviado para Governo durante o combate contra a pandemia. Segundo a FB Capital, os auxílios foram importantes para segurar o país, porém significaram um rombo nas contas.
Dólar agradece a economia brasileira mais forte e juros atrativos
Um dos motivos pelo qual o dólar se valorizou tanto no real no último ano, foi que a taxa de juros diminuiu muito no Brasil, se tornando menos atrativa para os estrangeiros. O Brasil era considerado até então, o país mais atrativo para investimentos estrangeiros da renda fixa, porém mesmo com a SELIC em 4,25%, a renda variável (B3) segue crescendo por aqui.
Porém, isso começou a mudar desde o início do ano, quando a taxa de juros voltou a ficar acima de 3% e agora após ser fixa em 4,25% pelo Banco Central. A Corretora Genial Investimentos se mostrou animada, afirmando em relatório que a moeda poderá estagnar entre R$ 4,70 e 4,50 até o final do ano, salvo um desastre que aconteça no país.
E por fim, também precisamos pensar em como o Federal Reserve irá intervir nas próximas decisões lá nos Estados Unidos. Com uma inflação em 2%, porém com uma taxa de juros menor que 0,25% ao ano, o real deve seguir com uma valorização frente ao dólar, mais perto de ficar em R $4,50 do que retornar para perto de R $5,50.