Dois terços dos reajustes salariais no Brasil não conseguem acompanhar a inflação

Um boletim recente realizado pelo Salariômetro, apontou que apenas 9,5% das negociações trabalhistas no país puderam ser reajustadas com salários acima da inflação. Os reajustes foram feitos no mês de setembro, de acordo com os dados divulgados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

Além dos 9,5% das negociações trabalhistas que resultaram em ganhos acima da inflação, ainda tivemos 23,5% das negociações que acabaram ficando no mesmo índice inflacionário.

Entre os setores que tiveram reajustes um pouco acima da inflação, estão gráficas, editoras e artefatos de borracha. Ambas registraram um aumento real de 0,1% acima da inflação.

O impacto da inflação no trabalho

São vários os setores da economia que mesmo com todos os esforços, as suas remunerações estão ficando abaixo da terrível inflação. Empresas jornalísticas registraram volumes 9,2% abaixo da inflação, publicidade e propaganda com perdas de 7,2%, extração e refino de petróleo com 5,7% abaixo e energia elétrica com uma perda de 5,4%.

De acordo com os estudos da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, entre os motivos que estão impactando e fazendo com que a inflação suba tanto no país, muitos trabalhadores, mesmo que se esforcem muito, vão ficar atrás do índice inflacionário ao longo do ano.

A desocupação acaba tirando o poder de compra do trabalhador, e a inflação acaba corroendo os planos sobretudo de quem ganha até R$ 1.800 mensais. Em um contexto de crise econômica e um altíssimo índice de desemprego, os sindicatos nem estão atuando muito, sem condições de estabelecer uma greve.

Regra da oferta e demanda: Por que é tão necessário entender o contexto econômico?

Estamos em uma situação de pura oferta e demanda. Quanto maior for o número de profissionais em busca de emprego, acaba que menos favoráveis serão as condições de trabalho oferecidas.

No último mês, o reajuste médio salarial foi de 8%, ficando abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que no acumulado dos últimos 12 meses ficou em 10,4%. O piso salarial médio no país foi de apenas R$ 1.255, com algumas regiões do Sul e Sudeste registrando um piso mediano de R$ 1.396.

E para o próximo ano, as pesquisas não apontam um cenário de melhora nos salários oferecidos aos trabalhadores, o que deve significar um poder de compra médio do brasileiro muito baixo até mesmo em comparação aos países em desenvolvimento. A virada econômica depende do início de uma estabilidade política no país.

14 milhões de desempregados

No momento, existem 14 milhões de desempregados no Brasil e 13 milhões que se encontram deslocados no mercado de trabalho, que não estão exercendo a profissão que seguiram no ensino superior.

E para esta década, se não acontecerem as medidas políticas necessárias para uma abertura da economia, menor interferência do estado e controle da inflação, a tendência é que o índice de desemprego não baixe de 10%. Somado a isso, os brasileiros estão vendo aumento em vários produtos básicos, como alimentos e energia elétrica.

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