Segundo os dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (26), as contas públicas registraram um superávit de R$58,375 milhões no fechamento do mês de janeiro, o que representa o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica em 2001.
Um outro ponto importante é que janeiro de 2021 foi o primeiro mês que atingiu um superávit, ou seja, as receitas superando as despesas, após 3 meses fechando o resultado das contas públicas mensais em déficit.
O valor registrado representa aproximadamente 9,17% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Com rendimento um pouco menor, em janeiro de 2020 o superávit de R$56,276 bilhões era equivalente a 9,07% do PIB.
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O resultado nominal, que é quando se desconta o valor dos gastos com os juros, teve um total de R$17,928 bilhões positivos. Desse modo, podemos compreender que o valor gasto com esses juros em janeiro teve um total de quase R$40,446 bilhões.
O governo central apresentou um superávit de R$43,156 bilhões em janeiro, o que inclui os valores registrados pelo governo federal, do Banco Central e também a Previdência. Além disso, os governos dos estados e municípios registraram um superávit de R$14,772 bilhões.
Há também incluído nisso o valor do superávit das empresas estatais, que juntas tiveram um resultado positivo em R$446 milhões, que representa uma pequena parte de 0,76% do total do superávit total do setor público.
O que explica esse superávit recorde?
Mas afinal, o que levou as contas públicas terem um valor tão positivo mesmo em meio a 3 resultados totalmente contrários nos últimos meses? Historicamente é comum termos um mês de janeiro positivo nas contas públicas, embora este acabou sendo de fato maior do que os anteriores.
O que pesou nessa conta foi justamente a arrecadação, que foi divulgada pela Receita Federal com uma alta de 1,5%, alcançando então a marca do segundo maior valor já registrado no mês de janeiro desde o início da série histórica.
No total, a arrecadação do IRPJ/CSLL acumulou um montante de R$2,7 bilhões. Foi por conta disso, que mesmo em meio a pandemia estando presente com força no país, as contas públicas fecharam de maneira bastante positiva no início de 2021.
O avanço da dívida do governo brasileiro
Apesar disso, talvez não se possa ter o mesmo otimismo em relação à dívida do governo brasileiro, que assim como o superávit das contas públicas, também teve seu recorde atualizado. O valor da dívida bruta brasileira alcançou a marca de R$6,67 trilhões, a maior já registrada.
A série histórica de marcação da dívida bruta brasileira e sua relação com o PIB brasileiro começou a ser registrado em 2006 e também atingiu o maior valor já visto. Com esse percentual atualizado, a dívida bruta representa 89,3% do PIB brasileiro, considerando o período até o final de janeiro.
Em suma, o ano de 2020 encerrou com um número um pouco menor de R$6,615 trilhões da dívida bruta do governo federal, que na ocasião representava 89,3% do PIB brasileiro, demonstrando um aumento do risco fiscal para os investidores.