Chips tem alta no preço com a escassez do mercado global

O mundo todo tem passado por uma crise com a falta de chips semicondutores, a indústria mais afetada é a automotiva. Muitos acreditavam que o problema seria resolvido até o fim do ano, contudo está longe de ter uma solução.

Em relatório a Kinei Investimentos mostrou: “Ainda não temos visibilidade de quando a produção deve ser normalizada. Nos parece mais provável que a situação se estenda para outras áreas da economia antes que uma solução seja alcançada”. A empresa faz parte do grupo Itaú e gera recursos independentes, como os chips usados pelas indústrias.

Recentemente, uma das maiores fabricantes do produto, a Intel, admitiu que para a indústria voltar ao equilíbrio vai levar alguns anos. “Temos alguns anos até que possamos atender essa demanda crescente”, disse o presidente da empresa, Pat Gelsinger, para o canal de TV americano CBS. Ademais especialistas da área comentam em pelo menos dois anos com escassez de chips.

Com a alta demanda por processadores e o rápido desenvolvimento tecnológico, junto a uma demora na construção de novas fábricas. Os preços de produtos como celulares podem aumentar 15%. Por outro lado, o problema tem impulsionado o setor no mercado financeiro. As ações da maior produtora de chips do mundo, a Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC), aumentaram 130% nos últimos 12 meses.

Alta no valor dos chips semicondutores

A falta de chips semicondutores em todo o mundo pressiona as empresas brasileiras que montam as placas eletrônicas usadas nos equipamentos eletrônicos. As empresas relatam um aumento de quase 280% nos preços. O atraso também é um problema, pois a entrega das matérias-primas pode durar até seis meses.

A Standard America é uma fábrica em Campinas e produz placas utilizadas pelas indústrias automotiva, agrícola, aeronáutica e médica. As linhas de produção da empresa precisaram ser desligadas e ligadas diversas vezes entre os meses de janeiro e março. O presidente da empresa, Hidalgo Dal Colletto mencionou: “Agora, também estamos tendo muito desafio de compra. O mercado está de ponta cabeça.”

Segundo Dal Colletto, chips semicondutores que antes da pandemia custavam R$ 1,80 agora são vendidos a R$ 6,80, uma alta de 278%. O empresário afirma estar repassando esse aumento aos clientes. Ao passo que o consultor Marcio Kanamaru, da KMPG no Brasil, acredita que o aumento nos preços dos componentes também devem chegar à população só que de forma mais moderada.

Quais são as opções para o futuro

As gigantes de tecnologia, que sofrem com a falta de chips semicondutores, têm pressionado o governo dos EUA. As empresas pedem a liberação de financiamento para a construção de fábricas. Nesse contexto, o programa de US$ 2,3 trilhões de investimentos em infraestrutura do presidente Joe Biden prevê US$ 50 bilhões para a indústria de chips.

Para o consultor Marcio Kanamaru, sócio da KPMG, o Brasil deveria pensar em alguma política semelhante. “Se o País quer evoluir globalmente, precisa de uma política industrial que traga essas fábricas. Isso é essencial para o futuro. Pode ser que nem todas as fábricas sejam acomodadas nos EUA. Aí o Brasil poderia ser uma opção.”

Segundo o consultor Marcio Kanamaru, o problema da escassez dos chips pode diminuir até o começo do ano que vem. Ele acredita que se acelerar a construção das fábricas para o próximo semestre, pelo menos dois anos para a situação começar a se normalizar.

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