A Argentina criou neste mês um imposto específico para as corretoras de criptomoedas e assim criou impostos para as operações de Bitcoin. Essa nova atualização saiu no Diário Oficial do Governo na última terça-feira (16), afetando principalmente as corretoras que operam no país.
Seguindo um exemplo até mais caótico do que o Brasil em relação à inflação, a Argentina foi um dos países que viu explodir a adoção do Bitcoin nos últimos anos, principalmente pela perda de valor do peso argentino que está entre as moedas que mais se desvalorizam no mundo.
Além do BTC, as criptomoedas lastreadas no dólar, as stablecoins também se popularizaram no país. As stablecoins também poderão ser impactadas com o novo imposto.
Mais um novo imposto – Como os argentinos vão ter de lidar com essa situação?
Na Argentina já é obrigatório pagar Imposto de Renda para os ganhos com criptomoedas quando eles ultrapassam uma faixa estabelecida pelo Governo. De acordo com a publicação do Governo argentino, as corretoras de criptomoedas vão ser obrigadas a pagar mais impostos para operarem no país.
O Decreto 796/2021 foi assinado pelo Presidente Alberto Fernández, que cria um imposto que a princípio neste início não irá afetar os clientes que compram Bitcoin no país vizinho.
O Governo está colocando uma pressão sobre as operações com criptomoedas, que passam a ser incluídas nos impostos sobre créditos e débitos em contas bancárias. Esse projeto pode afetar sobretudo o trabalho de fintechs no país.
Repercussão do novo imposto sobre criptomoedas
De acordo com o portal iProUp, esse decreto vai afetar muito as empresas que operam com criptomoedas no país, sendo considerado um duro golpe para o setor, visto que agora os bancos vão poder criar barreiras para essas empresas.
Lembrando que essa medida já havia sido anunciada nos últimos meses pelo Banco Central da Argentina e tinha como prazo a implementação até o dia 29 de novembro. A medida já era aguardada pelo mercado de criptomoedas local.
Um gestor de uma empresa na Argentina entendeu que o Banco Central da Argentina elaborou duras regras em uma união com os bancos e fez o anúncio de última hora, o que acabou deixando diversas operações em risco.
Mercado deve repassar os custos ao clientes argentinos
Mesmo que o imposto no momento seja cobrado apenas para as corretoras de criptomoedas, o mais provável é que esse custo adicional seja repassado aos clientes de corretoras na Argentina. Nessas plataformas afetadas, o esperado é que os clientes acabam pagando até 5% a mais pela compra de BTC.
Os argentinos já estão acostumados com um tipo de conversão que não existe pelo menos em nenhum outro país da América do Sul, que é mais de uma conversão da moeda nacional com o dólar.
Os economistas acreditam que assim como o “Dólar Blue” que já é operado no mercado paralelo, é possível que o mesmo passe a acontecer com criptomoedas, como o Bitcoin, porém isso não seria nada positivo para os investidores locais.