Quem são os grandes inimigos dos bancos tradicionais?

Muito se fala sobre a modernização do setor financeiro, empresas de tecnologia trouxeram comodidade para o usuário e fizeram os grandes bancos ligarem o alerta. Serviços que costumavam gerar bastante receita, como pacotes de contas e a taxa do cartão de crédito, cada vez menos são aceitos pelo consumidor.

Os bancos digitais trouxeram essa revolução para o setor, e o melhor exemplo disso é o Nubank, o roxinho além de conquistar o coração de muitos por aqui. Ainda levou uma bela injeção de grana do bom velhinho. No dia 8 de junho, a Berkshire Hathaway anunciou um aporte de US$ 500 milhões na fintech. O que o tornou o banco digital mais valioso do mundo, cerca de US$ 30 bilhões.

Contudo, embora tenha conquistado o coração de muitos clientes, o roxinho segue em busca de sua difícil missão em gerar lucro, só em 2020 a companhia gerou um prejuízo recorde de R$ 230 milhões. Isso, se justifica, pois, para competir com os grandes bancos, o Nubank não cobra uma série de tarifas.

Com isso, será mesmo, que bancos digitais como Nubank, são os grandes inimigos dos Bancões? No artigo de hoje, iremos debater esse assunto e entender se realmente as fintechs representam essa ameaça toda que vem sendo propagada no mercado.

Grandes Empresas de Tecnologia

DeFi

As fintechs são chamadas dessa forma, justamente por associar tecnologia com finanças. Ou seja, trata-se de empresas que possuem sua estrutura voltada para tecnologia, contudo oferecem serviços financeiros.

Como já vimos, essas companhias são tidas como uma ameaça para os bancos tradicionais. Contudo, outra forte ameaça pouco comentada por analistas, são as gigantes do setor de tecnologia.

Segundo um estudo divulgado pela consultoria Brain & Company. 89% dos clientes de bancos tradicionais pretendem experimentar um produto financeiro de uma companhia de tecnologia, como as fintechs. No entanto, 87% disseram estar abertos a consumirem produtos de gigantes do setor, como Google, Apple, Amazon e Facebook.

Essa maior propensão a utilizar serviços dessas gigantes, reside na confiança do público para com essas empresas. Ou seja, o público já está bastante acostumado a usar serviços de empresas como Apple e Google. Dessa forma, topariam testar produtos financeiros vindo dessas empresas.

Com isso, ao comentar o resultado da pesquisa, o chefe global do setor bancário da Bain & Company disse que há alguns anos, todos vem dizendo que o mercado bancário seria tomado pelas fintechs. No entanto, isso não está ocorrendo na velocidade que se imaginou. Para Dirk, isso está diretamente relacionado com a ausência de confiança que o consumidor tem em relação às startups do setor.

Defi e seu impacto no sistema financeiro

Aqui reside o candidato mais provável, o verdadeiro inimigo dos Bancões, há um tempo comentamos aqui sobre o DeFi (Finanças descentralizadas), que como o próprio nome sugere. É uma tecnologia que visa eliminar ou reduzir os agentes intermediários do sistema financeiro.

Em outras palavras, a ideia consiste em prover serviços financeiros como empréstimos, seguros, contratos de derivativos entre outros, sem a intermediação de uma instituição financeira. Ainda que pareça um pouco complicado, na realidade é bastante simples.

Já existem aplicativos que atuam no setor como a Aave para empréstimos, Uniswap que presta serviços de corretora, Nexus Mutual que funciona como uma seguradora, Synthetix de derivativos. Esses são alguns dos exemplos de aplicativos que já estão funcionando com conceito de DeFi.

Esse mercado vem crescendo muito. Já são mais de US $100 bilhões segundo a Coingecko. Além disso, as taxas coletadas pelos aplicativos também impressionam. Por exemplo, a Uniswap sozinha no último mês coletou cerca de US$ 180 milhões em taxas que são repassadas para os usuários que fornecem liquidez para o sistema.

O que falta para uma maior adesão

DeFi

Educação financeira seria a palavra-chave, segundo uma recente pesquisa divulgada pela Anbima, 43% dos jovens entre 25 a 40 anos dizem não conhecer nada, sobre qualquer tipo de investimento. Nesse sentido, apenas 6,3% dizem conhecer algo sobre criptomoedas, em especial Bitcoin.

Em outras palavras, ainda há um longo caminho pela frente. Se a grande maioria da população sequer conhece o mundo das criptomoedas, muito mal conhecendo o Bitcoin como sendo uma forma de investimento. Imagina as outras possibilidades ligadas à tecnologia blockchain.

De que forma isso pode impactar os grandes bancos?

De diversas maneiras, dado que a simplificação desses serviços pode impactar diretamente nas receitas dos grandes bancos. Nesse sentido, os bancos são conhecidos por seu alto custo operacional, possuem muitas agências e uma grande estrutura. Tudo isso é mantido através das altas taxas, ou seja, é o consumidor final que paga a conta.

Contudo, com esses novos serviços descentralizados em blockchain oferecendo produtos financeiros similares, pode gerar um grande impacto no setor. Por exemplo, uma parte importante das receitas dos bancos está ligada a empréstimos. Dessa forma aplicativos como Aave, lhe permite pegar empréstimos com custos próximos de zero.

E a partir disso, o que os bancos podem fazer?

Diante de tamanha ameaça, vinda por todos os lados, o contragolpe bancário passa pela forte adoção de tecnologia. Os bancos devem buscar a desburocratização de seus serviços e trazer o conceito de DeFi para dentro de casa.

Em outras palavras, investir no uso da tecnologia blockchain e aproveitar a sua expertise em temas no qual já possui domínio como o KYC (know your customer). Alguns bancos já estão reconhecendo o DeFi como uma ameaça e estudando possibilidades de uso em seus sistemas.

Conclusão

Como vimos durante esse artigo, os grandes bancos estão de fato sendo ameaçados, por todos os lados, e o que todos esses inimigos das tradicionais instituições financeiras tem em comum, é o forte uso da tecnologia.

Portanto, não dá mais para ficar parado, bancos que continuarem seguindo o mesmo caminho de sempre, correm o risco de não sobreviverem muitos anos. Pois, todas essas mudanças trazidas pela tecnologia estão caminhando rápido demais.

E você, caro leitor, o que acha disso tudo? Pensa que os bancos estão precisando realmente de uma chacoalhada, ou acredita que essas ameaças não serão suficientes para derrubar os bancos tradicionais? Não esqueça de deixar sua opinião logo abaixo.

Veja também: Empresa americana quer criar parque solar para mineração de Bitcoin

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