A década de 80 marcou, em termos culturais e principalmente musicais, o Hip Hop. Ele era descrito como uma moda passageira. Isso remete bastante ao que se passa com os mais diversos projetos que vem se consolidando no mundo das criptomoedas.
Esse paralelo é importante, pois assim como o Hip hop que foi abraçado pelos jovens e depois ganharia relevância no esporte e também na moda, as finanças descentralizadas vem ganhando espaço nos mais diversos campos da sociedade.
O estilo de vida das pessoas mudou por conta do Hip Hop, a forma de se vestir e se comportar. Com isso, o que era antes considerado uma tendência de curto prazo, como a bolha das tulipas, se tornou uma cultura global legítima.
Contudo, analisando o que já foi feito e as promessas para o futuro, será mesmo que as finanças descentralizadas e as criptomoedas possuem tal potencial de revolucionar a nossa cultura? Vamos discutir isso no artigo de hoje.
Criptomoedas são uma revolução, assim como as máquinas de refrigerantes
Imagine a surpresa do público quando, no início da década de 1920, as máquinas de venda automática começaram a distribuir refrigerantes. Em vez de ir a uma loja e pedir uma bebida, clientes agora podiam usar moedas, apertar alguns botões e ter uma bebida.
Nesse sentido, essas máquinas automatizadas poderiam ser vistas como as predecessoras do que conhecemos agora como aplicativos e contratos inteligentes. Podemos dizer que esses contratos executados na rede Ethereum permitiram o surgimento do DeFi.
Nesse sentido, o DeFi é como um espaço de vendas de linha completa onde várias máquinas automatizadas, agora digitais, podem ser usadas para dispensar não somente para refrigerantes, mas serviços e produtos financeiros.
Dessa forma, podemos dizer que o DeFi oferece soluções personalizadas para as necessidades financeiras através de aplicativos e contratos inteligentes, sendo disponibilizados 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Nesse sentido, as finanças descentralizadas estão disponíveis para qualquer pessoa que possua stablecoins ou criptomoedas que sejam reconhecidas para pagamento na plataforma em questão
Além disso, como esses contratos inteligentes são construídos em cima do blockchain Ethereum como protocolos abertos e descentralizados, podendo ser reorganizados, reempacotados e reconstruídos como um novo contrato inteligente.
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DeFi e suas inúmeras possibilidades
Com isso, inúmeras possibilidades foram criadas. É possível realizar empréstimos sem um intermediário através de bolsas de criptomoedas descentralizadas (DEX) como a SushiSwap.
Além disso, outros serviços, como locação de casas, por exemplo, podem se tornar possíveis através da execução automática de contratos inteligentes. A Binance, por exemplo, lançou, recentemente, um serviço de “Airbnb” descentralizado.
Há inúmeras possibilidades de uso para os contratos inteligentes, até mesmo para o mundo dos jogos. Inclusive, games que utilizam contratos inteligentes e a tecnologia blockchain tem sido de extremo sucesso atualmente.
Contextualizando o DeFi
Quando olhamos para tudo isso e voltamos no exemplo das máquinas de refrigerante, seria como ter acesso gratuito a qualquer máquina de venda automática instalada em uma grande loja de varejo.
Uma pessoa poderia vir e colocar cereais e barras de chocolate em alguns dos slots abertos de uma das máquina de refrigerante disponíveis.
Outra pessoa poderia fazer alterações na máquina de venda automática para aceitar cartões de crédito, além de moedas e notas de dólar ou qualquer outra moeda.
Todas as pessoas que investiram no aprimoramento da máquina de venda automática de refrigerantes original receberam alguma compensação, pois os recursos adicionais levariam a mais vendas.
Por fim, esse conceito é melhor ainda explorado no mundo dos jogos, com outro importante ideal revolucionário que surge com o avanço das tecnologias das criptomoedas e as possibilidades trazidas pela blockchain que são os NFTs.
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O conceito de NFT e suas implicações nos jogos
NFT é o que faz um item, ou melhor dizendo, uma propriedade digital ser única e com autenticidade comprovada através de um registro de informação que fica armazenado em uma blockchain.
Em outras palavras, o NFT funciona como uma espécie de certificado digital. Portanto, NFT (tokens não-fungíveis, em sua tradução) são classificados como um item digital que não pode ser substituído, trocado, destruído ou copiado
Dessa forma, os jogos que antes eram unicamente propriedades de sua produtora, agora são também propriedade compartilhada com usuário, dado que a propriedade digital sobre os itens do jogo podem ser dos jogadores.
Como praticamente tudo na internet pode se tornar um token não-fungível, desde fotos a gifs ou pequenos vídeos, jogos NFT seguem a mesma ideia: transformar o game inteiro ou algum elemento daquele título em algo único e que possa ser transferido.
O que costuma diferenciar os jogos NFT das demais obras é que os games investem em itens colecionáveis para atrair jogadores ao mundo virtual.
Os gamers, por sua vez, enxergam nesses itens a possibilidade de lucrar com peças raras ou exclusivas, já que, como cada NFT no jogo é único, ele pode ser considerado importante.
Conclusão
Não dá para negar que muitas mudanças estão acontecendo, não apenas no campo das finanças, mas também na arte e na forma com que nos relacionamos.
O próprio conceito de metaverso, pouco explorado no artigo, também pode ser um bom indicativo de mudanças nas relações sociais envolvendo o mundo das criptomoedas.
Embora ainda haja certa desconfiança sobre se essas novidades vieram realmente para ficar, já é notório e evidente que muitas dessas mudanças trazidas pelo que se começou com o Bitcoin lá atrás, atualmente, já fazem parte do nosso dia a dia.
Além disso, ainda que recente, as finanças descentralizadas já mostraram seu potencial com as mais diversas aplicações existentes. Por exemplo, o mundo dos jogos baseados em blockchain já é uma realidade.
Esse mercado vem crescendo cada vez mais e uma boa parte do público parece ter sido convencida de que é interessante experimentar jogos com possibilidades de ganhos financeiros, os famosos “play-to-earn”.
Por fim, deixo essa reflexão de que, embora muito cedo para se afirmar, parece que a revolução das criptomoedas é algo realmente muito semelhante a outras que já ocorreram, como aquela provocada pelo Hip Hop nos anos 80.
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