Inicialmente, existia a Web 1.0, onde as páginas eram estáticas e a comunicação interativa através da internet era impossível. Os usuários se limitavam a ler somente páginas HTML. Nos anos 90, a internet começou a enfrentar mudanças drásticas. Foi quando a Web 2.0 começou a tomar espaço. Atualmente, com os avanços chegamos a Web 3.0 .
Nesse sentido, a internet começou a se mover de forma interativa, onde o conteúdo era orientado ao usuário, aos sites e aplicativos, onde todos se tornaram interoperáveis. Além disso, novos modelos de negócios surgiram baseados em redes sociais, bem como aplicativos móveis e outros usos similares.
Contudo, foi gradualmente percebido que a capacidade da Web 2.0 não é o suficiente para lidar com as mudanças que têm surgido. Na Web 2.0, os dados são gerados por terceiros e armazenados em repositórios centralizados.
Com isso, enquanto usuários decidem, de forma independente, que conteúdo irão compartilhar, a situação muda quando alguém começa a procurar onde hospedar, por exemplo, um aplicativo mobile. Ao tentarem, percebem que as opções disponíveis no mercado são bastante limitadas.
Se um aplicativo possui apenas alguns usuários, ele pode ficar em um servidor local. Quando o número de usuários começar a crescer, a única escolha razoável é levar todo o sistema para a nuvem.
A hospedagem em nuvem fornece um número de vantagens como a performance avançada, segurança e flexibilidade, ao comparar com servidores locais, mas isso vem com alguns problemas, que serão discutidos no próximo tópico, ao falarmos sobre como será a terceira geração da web, a Web 3.0.
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Desafios da Web 3.0
Ainda que as aplicações sejam hospedadas em nuvem e sejam melhores que em servidores locais, isso não significa que resolvam os problemas da Web 2.0. Sendo assim, abaixo serão listados os desafios que a Web 3.0 deverá enfrentar para levar a internet a um útero estágio.
Perda de controle sobre os dados
Ao armazenar seus dados em servidores terceiros, sua tecnologia possui pouco controle sobre os dados. Se um provedor sofrer uma violação dos dados, estes podem ser perdidos. Além disso, os provedores são obrigados a fornecerem acesso aos dados armazenados em seus servidores para agências de aplicação da lei.
Capacidade de performance ligada para o público global
Os provedores de nuvem normalmente não possuem seus servidores por todos os locais ao redor do mundo. Os usuários podem sofrer com latência devido à distância de localização do servidor e o longo caminho que os dados precisam viajar.
Trocar de fornecedor pode ser desafiador
Mirar entre serviços de nuvem demanda tempo e bastante custo. Isso pode ser chamado custo de mudança, onde deve ser considerado todos os impactos de troca de um determinado fornecedor, nem sempre custo é a principal razão
Características da Web 3.0
Os problema mencionados acima são esperados de serem resolvidos pela Web 3.0, mas enquanto ela ainda não chegou, existem algumas características que a maioria dos usuários concorda sobre elas:
- A Web 3.0 será descentralizada ao eliminar terceiros e permitirá transações P2P confiáveis;
- Irá incluir uma web semântica, gráficos 3D, inteligência artificial e onipresença.
Com isso, a Web 3.0 permitirá usuários e máquinas a interagirem com dados. Mas, para fazer isso acontecer, os programas devem aprender a entender conceitualmente as informações, assim como seu contexto.
Atualmente, tal artifício é impossível, mas pesquisadores têm esperança que a inteligência artificial irá superar este obstáculo. Nesse sentido, a descentralização e segurança será fornecida através da ajuda da tecnologia blockchain.
Web 3.0 e o papel da blockchain em seu desenvolvimento
Existe uma questão sobre a descentralização da Web 3.0. Se ela é descentralizada, ela precisa ter alguns mecanismos para fornecer o nível de segurança necessário para a rede, e isso deve ser feito através da tecnologia blockchain. A blockchain será a tecnologia e a principal força por trás da Web 3.0.
Nesse sentido, a Web 3.0 será operada por protocolos descentralizados. Eles se tornarão os principais blocos de base para as tecnologias blockchain e criptomoedas. Todas as operações serão reguladas por contratos inteligentes, devendo mudar completamente como pessoas e companhias conduzem e gerem seus negócios.
Sendo assim, a Web 3.0 será o resultado natural da evolução da antiga geração das ferramentas da web combinada com tecnologias importantes e já existentes, como inteligência artificial e blockchain.
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Web 3.0, blockchain e criptomoedas
O Bitcoin foi a originadora da tecnologia blockchain. A blockchain Bitcoin continua sendo a mais utilizada entre todas as disponíveis no mercado. Contudo, a blockchain Ethereum provavelmente será uma das blockchains que mais irá aproveitar o desenvolvimento da Web 3.0.
Enquanto o Bitcoin é uma criptomoeda e uma reserva de valor, a Ethereum é também uma plataforma de código aberto, um sistema computacional descentralizado onde desenvolvedores podem criar contratos inteligentes e dApps.
Portanto, a blockchain Ethereum pode servir como uma infraestrutura para a internet descentralizada que está por vir, sendo tudo isso suportado pela tão falada tecnologia blockchain.
Contudo, a Ethereum enfrenta diversos desafios que impedem o desenvolvimento da Web 3.0. Os principais problemas da rede Ethereum são velocidade e escalabilidade. Estes são os principais problemas que precisam ser resolvidos antes da rede servir como base de fundação da Web 3.0.
Por fim, enquanto a Ethereum tenta resolver estas questões, outras blockchain já estão bastante à frente na resolução destes problemas, como a Cardano e a Polkadot. Inclusive, estas já trabalham no desenvolvimento da Web 3.0.
Conclusão
Enquanto os problemas de latência, escalabilidade e confiabilidade continuam a ser desafios na transição para a Web 3.0, as organizações focadas em melhorar a internet irão ajudar a endereçar estes problemas e permitir maior adoção de dApps e da web descentralizada.
Com isso, conforme a adoção aumenta, o efeito de rede vai continuar a amplificar os benefícios da Web 3.0, que, por sua vez, impulsiona uma maior adoção. Atualmente, interagir com a rede Ethereum é difícil e requer a utilização de softwares complexos, incluindo realizar o download e verificar a criptografia e uma grande quantidade de dados.
Nesse sentido, isso cria barreiras técnicas que podem impedir que tal processo possa ser feito por equipamentos de baixa capacidade. Sendo assim, ainda existem passos a serem tomados para realmente colocarmos a Web 3.0 em prática, contudo, com o avanço crescente da tecnologia blockchain, certamente a Web 3.0 será realidade em um curto prazo.