Na última quinta-feira (28), Mark Zuckerberg, presidente-executivo e fundador do Facebook, realizou um anúncio que causou surpresa para muitas pessoas. Zuckerberg anunciou que, a partir de agora, o Facebook Inc., grupo detentor do Whatsapp, Facebook e Instagram, passará a se chamar Meta.
Segundo o presidente-executivo, o objetivo da mudança é alterar a imagem do grupo, conhecido por suas mídias sociais, para se apresentar como uma empresa que constrói espaços de trabalhos e comunidades sociais virtuais. De forma resumida, o Facebook quer entrar de vez no chamado metaverso.
Apesar de o metaverso ainda não existir em sua totalidade, algumas plataformas já contêm alguns elementos deste conceito. Os jogos de videogame, por exemplo, possuem tais elementos e estão liderando em fornecer uma experiência próxima ao metaverso. Além disso, há uma expectativa das criptomoedas fornecerem um bom “fit” para tal conceito.
Contudo, muitos não sabem o que é exatamente o metaverso. Este conceito vem sendo muito utilizado pela indústria de criptoativos, principalmente quando se trata de games de blockchain. Sendo assim, nesse artigo, o conceito será mais bem elucidado, no intuito de colocar o leitor a par sobre essa fusão entre o mundo real e virtual.
Veja também: Ember Sword, a mistura de MMORPG e blockchain
O que é o metaverso?
Podemos entender o metaverso como um espaço virtual online e 3D, conectando usuários em todos os aspectos de sua vida. Ele poderia por exemplo, conectar plataformas de forma similar a internet, que contém diferentes websites acessíveis através de um único navegador. O conceito foi desenvolvido no romance de ficção científica, Snow Crash, de Neal Stephenson.
No entanto, a ideia de metaverso, que antes era ficção, pode se tornar realidade em breve. A princípio, o metaverso será conduzido pela realidade aumentada, com cada usuário controlando um personagem ou avatar. Por exemplo, uma pessoa pode fazer uma reunião em realidade mista, utilizando óculos de realidade virtual em conjunto com um escritório virtual.
Ao final, esta mesma pessoa pode relaxar em um jogo de blockchain e gerenciar seu portfólio de criptomoedas, tudo dentro do metaverso. É possível verificar, por exemplo, alguns aspectos do metaverso em jogos já existentes. Jogos como o Second Life e Fortnite, ou até mesmo ferramentas de socialização virtual, como Gather Town, trazem diversos elementos de nossas vidas para o mundo online.
Dessa forma, enquanto estas aplicações ainda não são o metaverso, elas oferecem algo similar. Além de suportar jogos ou mídia social, o metaverso combinará economias, identidade digital, governança descentralizada e outras aplicações. Sendo assim, os jogos e as aplicações citadas anteriormente ainda não possuem tal suporte.
Veja também: Chainlink: Integração blockchain com o mundo real
Jogos lideram a experiência
Devido à ênfase em realidade virtual 3D, os jogos oferecem, atualmente, a experiência mais próxima do metaverso. Mas isso não se deve apenas à tecnologia 3D. Os jogos, hoje, fornecem serviços e recursos que misturam outros aspectos da nossa vida. Por exemplo, no jogo Roblox, é até mesmo possível criar eventos, como shows e encontros.
Como resultado, os jogadores não somente jogam, eles também utilizam o game para outras atividades e partes da sua vida no “cyberespaço”. Por exemplo, no jogo Fortnite, 12,3 milhões de jogadores participaram de um show de Travis Scott, realizado dentro do próprio game.
Indústria de criptomoedas
Embora os jogos forneçam a experiência mais próxima de um metaverso, eles não são capazes de cobrir todos os aspectos necessários. Dessa forma, as criptomoedas podem fornecer algumas das partes essenciais necessárias, tal como a prova de propriedade digital, transferência de valores, governança e acessibilidade. Mas o que isso significa exatamente?
Em outras palavras, isso significa que, se no futuro, o trabalho, socialização e compras de itens estarão no metaverso, será necessário ter alguma prova de propriedade, ou seja, que haja algum conforto e segurança ao realizar transferência de itens e dinheiro no metaverso.
Sendo assim, será possível desempenhar um papel na tomada de decisão dentro do metaverso, à medida que venha a se tornar uma parte importante da vida humana. Importante destacar que alguns jogos já possuem algumas soluções básicas, com muitos desenvolvedores utilizando criptomoedas e blockchain.
A blockchain fornece uma forma descentralizada e transparente de lidar com alguns assuntos, enquanto o desenvolvimento de jogos é algo mais centralizado. Além disso, os desenvolvedores de blockchain também possuem influência do mundo dos jogos. A gamificação é comum nas finanças descentralizadas (DeFi). Com isso, podemos afirmar que existem similaridades o suficiente para que estes mundos estejam integrados.
Veja também: Seria o conceito de DeFi, uma ameaça para o Airbnb?
O futuro do metaverso
Como relatado no início do texto, o Facebook Inc. realizou a mudança do seu nome para Meta, como referência ao metaverso. Inclusive, a empresa, liderada por Mark Zuckerberg, é uma das vozes mais fortes na criação de um metaverso unificado. O conceito é um interesse particular do presidente-executivo da companhia.
Dessa forma, com a reformulação da marca, a companhia deixa claro suas pretensões de usar o projeto de metaverso para suportar o trabalho remoto e aumentar as oportunidades relacionadas a finanças para pessoas nos países em desenvolvimento. A Meta, combinando mídias sociais, comunicação e plataformas de criptomoedas, oferecerá a oportunidade de combinar todos os mundos em um só.
Além do Facebook, existem outras companhias mirando na criação do metaverso, entre elas, a Microsoft, Apple e Google. Quando se trata de um metaverso embasado pela indústria de criptomoedas, uma integração de marketplaces NFT e universos virtuais em 3D parece ser o próximo passo.
Os detentores de NFT já podem vender seus bens em diversos tipos de marketplaces, como OpenSea e BakerySwap. Contudo, ainda não existe uma plataforma 3D popular para isso. Em uma escala maior, desenvolvedores de blockchain conseguem construir aplicações populares para usuários mais “orgânicos” do que grandes empresas de tecnologia.
Veja também: NFTs: Entenda essa nova tendência entre milionários
Conclusão
Enquanto um metaverso unido e único está longe de se tornar realidade, já podemos ver alguns progressos que podem nos levar a sua criação. Se vamos alcançar a atingir a plenitude do conceito de metaverso, ainda é incerto. Contudo, já podemos experimentar projetos do tipo.
Em suma, a indústria de jogos e de criptomoedas tem muito a acrescentar para o desenvolvimento do metaverso. Além disso, a entrada de gigantes de tecnologia neste mundo, fará com que tenhamos cada vez mais novidades. Fato é que, ainda não atingimos a plenitude do que seria um metaverso, mas estamos cada vez mais realizando essa fusão entre realidades virtuais e físicas.