Ao que tudo indica à SEC irá mesmo travar uma batalha pela centralização do DeFi. E o órgão regulador dos Estados Unidos que equivale à CVM já inclusive realizou a contratação de uma empresa que é especialista em rastrear transações financeiras de corretoras.
A empresa em questão que irá prestar os serviços é a AnChain.Al, que tem a sua sede em San Jose. O anúncio da parceria foi confirmado através do Twitter na última sexta-feira (27). De acordo com o comunicado feito pela AnChain.Al, foi assinado um contrato inicial de US$ 125 mil e que poderá ser prorrogado por mais 5 anos.
Interesse da SEC pelos ativos digitais e pelo universo DeFi
A SEC está muito interessada em saber o que está acontecendo no mundo dos ativos digitais e com base nos contratos inteligentes. Victor Fang é CEO da AnChain.Al, e explicou que todo o investimento feito pelo órgão regulador irá gerar bons frutos para descobrir detalhes ocultos do universo DeFi.
A Startup trabalha com Inteligência Artificial e é especializada em rastrear transações que acontecem em corretoras de criptomoedas, plataformas DeFi e outras instituições financeiras tradicionais.
A capitalização total de tokens que estão em projetos DeFi, já ultrapassa a marca de US$ 122 bilhões, além de um volume diário de negociações na maior exchange descentralizada (Uniswap) que ultrapassa US$ 1,8 bilhão.
Transações envolvendo finanças descentralizadas podem incluir a venda de títulos
Segundo o órgão regulador norte-americano, boa parte das transações que envolvem moedas descentralizadas estão ligadas à venda de títulos não registrados, sendo que as próprias plataformas têm sido algo de centralização por trás.
Ainda no início de agosto, o Presidente da SEC, Gary Gensler, alertou que seria preciso começar um processo de regulamentação do DeFi. O mesmo garantiu que as negociações DeFi não são imunes somente por que se consideram “descentralizadas”.
Gensler cita que dentro do DeFi muitas vezes existem taxas e até um próprio sistema de governança. E à medida que a SEC vai continuando as suas investigações, muitos destes ativos digitais irão ser considerados títulos mobiliários.
Segundo a SEC, investigações têm como foco a segurança do investidor
O foco principal da SEC nessa jornada é garantir uma maior segurança ao investidor. O órgão se definiu como neutro em relação à tecnologia, tanto quanto ao Bitcoin, Ethereum, tokens e também do DeFi.
Porém, ao mesmo tempo, o órgão entende que não pode fechar os olhos e dar para trás com a segurança dos investidores. Para o mesmo, se alguém está oferecendo um projeto que pode ser considerado um título, este deverá ser regulado. Ainda no início do ano, a SEC travou uma batalha onde a Ripple, que é detentora do token nativo DeFi foi acusada de vender títulos mobiliários.
Vale ressaltar que estas plataformas financeiras (DeFi) tem algum tipo de centralização na sua rede. Recentemente tivemos algumas situações que envolveram hacks milionários em redes DeFi, com o episódio mais conhecido da Bunny Finance, além de outras denúncias de scam, como para a SafeMoon.