Uma pesquisa realizada pelo Instituto Axxus, revelou como os brasileiros estão administrando as finanças durante a pandemia. Segundo a pesquisa, cerca de 76% dos entrevistados responderam que não estão conseguindo administrar bem as suas contas durante a pandemia. Em outro momento, foi possível observar que 86% dos brasileiros tiveram suas finanças muito prejudicadas ao decorrer do período de isolamento social.
Além disso, quando questionados sobre quem estaria administrando as finanças da casa durante estes meses de isolamento, 46% dos entrevistados responderam que têm uma mulher como chefe de família, em contrapartida, os homens responsáveis pelo orçamento doméstico correspondem a 43%.
Por fim, a pesquisa constatou que o número de pessoas que se consideram muito endividadas subiu consideravelmente. Dada esta ocasião, 83% dos brasileiros acreditam que a situação financeira pode ser pior que a do ano de 2019.
Ainda assim, 58% responderam que continuam comprando mais do que o necessário, e mais de 70% dos entrevistados decidem como se endividar dependendo do valor da parcela, mesmo que haja juros.
70% das famílias estão endividadas
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que analisou os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o país chegou ao fim do primeiro semestre com a maior proporção de famílias endividadas desde a última década.
Segundo uma pesquisa que foi iniciada em 2010, foi registrado um recorde com cerca de 70% dos brasileiros entrevistados tinham dívidas em junho, o que resulta em uma alta de 1,7% em relação a maio, na época essa proporção era de 68,0%. Já ao comparar com o período de julho de 2020, temos que o total de endividados somava 67,1%, o seu avanço foi de 2,5%.
De acordo com o economista responsável pela pesquisa da CNC, Izis Ferreira, “As dívidas das famílias têm se alongado no período acima de um ano. O crédito vem ajudando o brasileiro, atua na recomposição de renda, mas a cada mês nós tememos que o orçamento familiar atinja um patamar de dificuldade que impeça ainda mais o consumo e dificulte a reorganização da economia”
Planejamento de Finanças
Após uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), a crise econômica causada pela pandemia impulsionou o interesse dos brasileiros por reorganização financeira.
O diretor executivo da Planejar, Osvaldo Cervi, informou que o grande endividamento estimulou os brasileiros a procurar desenvolver um maior conhecimento sobre planejamento financeiro. Segundo ele, “72% dos entrevistados responderam que conhecem o planejamento financeiro, e 65% efetivamente se utilizam da prática. É um dado surpreendente é relevante”.
De acordo com o diretor, há uma certa ansiedade inicial para começar a educação financeira, contudo este efeito é de curto prazo. “Quando passa o receio, logo de três a seis meses, os resultados são transformadores, a pessoa melhora decisões e a organização”.
Além disso, Cervi informou que a faixa etária dos 45 a 60 anos apresentaram mais interesse, com 77% que fazem planejamento financeiro. Já de 29 a 45 anos também demonstrou um certo interesse em finanças com cerca de 68% dos entrevistados.
