Muitos investidores continuam fazendo comparações para escolher Bitcoin ou ouro como ativos de reserva de valor. Por conta disso, se reuniu aqui argumentos para mostrar que mesmo após a desvalorização, o BTC ainda mantém o seu encanto.
No caso do Bitcoin, mais de 50% de seus investidores compram o ativo digital para deixar armazenado, com o intuito de que o mesmo vá aumentar de valor conforme o tempo. Isso ocorre por conta da ideia de que o BTC é deflacionário, além de ter uma quantidade potencialmente limitada de 21 milhões de unidades, ou seja, um ativo escasso.
Bitcoin será o novo ouro ou se tornará ainda melhor?
Ao longo de todo o ano de 2020, vimos frequentemente uma relação do Bitcoin com o ouro. Muitos consideram o Bitcoin como a versão “digital” do ouro. De fato a principal criptomoeda do mercado refletia a trajetória do metal precioso e começou a surgir como uma possível fonte de riqueza conforme a economia global despencou por conta do coronavírus.
Após uma queda massiva de todos os mercados em março de 2020, período que marcou o início da pandemia, o Bitcoin foi o primeiro ativo que se recuperou de forma significativa. Desde então, se viu um desempenho superior ao apresentado pelo ouro. Com a crescente popularidade das transações peer-to-peer (P2), mais pessoas começaram a usar BTC também para pagamentos.
As vantagens do Bitcoin
Os investidores que começaram a adquirir o Bitcoin como uma reserva de valor antes de 2020 se deram bem e alguns se deram muito bem. Desde que o primeiro bloco de bitcoin foi minerado a mais de 4 mil dias, apenas aqueles que adquiriram o Bitcoin a partir de 2 de fevereiro tiveram prejuízo.
Mesmo para os investidores que chegaram a comprar o Bitcoin na alta mais recente, que esteve em picos de US$ 60 a 64 mil, devem entender que se trata de um ativo com muita volatilidade, sendo este o preço que se paga por um desempenho maior do que outros no mercado e por um retorno potencialmente maior mesmo exposto a alto risco.
Outro fator positivo para se ter como análise, é que os detentores de Bitcoin a longo prazo sempre obtiveram lucros, por conta de sua política deflacionária e escassez no mercado. Muitos investidores até preferem quando o Bitcoin tem bruscas quedas para reforçar as suas posições.
O ouro também não está imune aos movimentos de macroeconomia que acontecem no mercado
Após o recente aumento no sentimento de risco, por conta da pandemia, o mundo inteiro ficou bastante abalado e, é claro, os investimentos também. Uma série de acontecimentos desde então, como de Elon Musk fazendo adesão ao Bitcoin e depois de crítica à moeda, além da China e suas intromissões, tudo isso gerou dúvidas.
A série de drásticos retrocessos atingiu principalmente o Bitcoin, que caiu para US$ 30 mil, resultando em uma liquidação de impressionantes US$ 8 bilhões. E essa recente volatilidade que o Bitcoin passou, aumentou ainda mais as dúvidas sobre a posição deste ativo, como se ele irá ou não seguir os mesmos passos do ouro.
A opinião diverge por partes dos investidores, pois vários investidores influentes como Paul Tudor Jones e Stanley Druckenmiller, continuam com a sua opinião de que o Bitcoin já pode ser visto como o ouro digital. Em entrevista mais recente ao The Hustle, Druckenmiller explicou que investiu US$ 20 milhões em BTC e que o seu objetivo era comprá-lo todos dias.
Em que patamar estamos?
Segundo a empresa de investimentos Goldman Sachs, apesar de que mais recentemente o Bitcoin recebeu um grande aporte de investidores institucionais, muitos destes investidores ainda tentam entender qual é o seu real valor e pensam que o mercado de criptomoedas se trata de uma bolha.
Veja alguns detalhes do relatório enviado pela Goldman Sachs: “O Bitcoin é um meio que está começando a atender as funções do dinheiro, principalmente como uma reserva de valor”. Para entender a relação com o ouro, temos que entender que o ouro possui uma função única no sistema financeiro, sendo caracterizada como uma commodity.
O ouro tem uma função de trabalhar como um instrumento monetário e comercial que pode ser utilizado em diversas regiões do mundo, e sempre que os investidores estiveram sentindo o risco da inflação, como o que vêm acontecendo recentemente nos Estados Unidos, é normal que os investidores busquem por soluções deflacionárias, como o ouro e agora o BTC.
Os futuros desafios para o Bitcoin
Já pode ser afirmado que aos poucos o Bitcoin está sendo monetizado em tempo real. Essa seria a explicação mais óbvia para tanta volatilidade em seus preços, sendo que isso deve diminuir quando o ativo atingir a sua fase de adesão completa.
Para o futuro, ainda não se tem 100% de certeza de que o Bitcoin irá diminuir a sua volatilidade e passar a ser utilizada como uma moeda para negociação, embora isso seja a tendência. Esses desafios incluem a sua competição com a Ethereum e outras altcoins, além da possibilidade dos impactos devido a uma regulamentação.
Talvez ainda não estamos no melhor momento para definir se definir o Bitcoin como a melhor reserva de valor, mas é bem provável que ele siga sendo o ativo digital mais negociado no mundo, principalmente nas exchanges, como Binance, Coinbase ou Kraken.
Criptoativos ainda estão nos primórdios, sendo que agora o mais indicado não é pensar quando tanto o Bitcoin como outro token irá ser utilizado como moeda de negociação. Nesse caso, é importante pensar nele como uma possível futura valorização, além de uma importância reserva de valor como o ouro já desempenha há muito mais tempo.
As pequenas mudanças nessas probabilidades podem resultar em uma volatilidade maior ou menor para o futuro, muito mais em relação ao Bitcoin do que o ouro. Os especialistas ainda defendem a tese de que em um futuro próximo teremos uma moeda de negociação mundial e com alta volatilidade, sugerindo que possa ser o BTC.