Muito se ouve falar sobre esses “seres” de alto poder no mercado. Conhecidos como grandes investidores detentores de enormes quantidades de criptomoedas, quando agem em conjunto, costumam alterar a oferta e demanda de forma significativa. Dessa forma, quem são essas baleias que tanto geram curiosidade por parte dos investidores?
Para responder isso, esse artigo buscará esclarecer um pouco sobre essa figura quase que folclórica no mercado de criptomoedas. Além disso, o objetivo aqui é também esclarecer as possibilidades que esses investidores podem exercer no mercado de criptomoedas em geral.
O que é e como chegaram lá
Como vimos, as baleias são investidores com grandes quantidades de criptomoedas em suas carteiras. Por exemplo, alguns são investidores antigos, outros são Hedge funds, além dos investidores institucionais e até mesmo empresas como é o caso da Tesla.
Assim sendo, esses investidores ao comprar ou vender no mercado geram alta variação no preço das criptomoedas. Por isso, em questão de horas, um Bitcoin pode passar a valer milhares de dólares a menos. Daí a importância de entender quem são.
Quem é você no mar das criptomoedas?
Segundo um recente estudo divulgado pela Glassnode, onde há divisão entre categorias que vão desde os camarões até as baleias. Além disso, há grande distribuição de Bitcoins entre players de diversos tamanhos.
Sendo assim, o Bitcoin está muito menos concentrado do que até então frequentemente relatado. Enquanto o número de baleias vem aumentando com o interesse de empresas e outros investidores institucionais no ativo.
Assim, a glassnode dividiu a concentração de Bitcoin em participantes de diversos tamanhos, colocando mineradores e exchanges de forma separada.
– Baleia, jubarte (> 1mil BTC): algo em torno de 31,7%
– Peixe, golfinho, tubarão (50-1 mil BTC): algo em torno de 23,1%
– Camarão, caranguejo, polvo algo em torno de 22,8%
– Exchanges: algo em torno de 12,7%
– Mineradores: algo em torno de 9,7%
Onde as baleias negociam?
As baleias costumavam negociar suas criptomoedas nas exchanges. No entanto, com o passar do tempo, o mercado avançou e agora elas realizam transações via mercado de balcão (OTC). Ou seja, compra e venda direta por meio de algum agente.
Nesse sentido, a vantagem em negociar dessa forma, se dá pelo fato de estabelecer um preço fixo mantendo a liquidez do ativo.
Como as baleias influenciam o mercado?
Quando essa baleias resolvem colocar em jogo suas grandes posições, o mercado fica bastante conturbado. Sendo assim, como as criptomoedas estão registradas em um blockchain, (o livro oferta que demonstra as quantidades transferidas), os investidores ficam atentos as grandes quantidades de Bitcoin que são movimentadas.
Dessa forma, isso pode ocorrer a qualquer hora. Para se ter uma noção, no dia 24 de março, um único investidor sacou cerca de 12 mil Bitcoins. O que fez com que o Bitcoin saísse US$ 54,5 mil e no dia 25 passasse a US$ 51,3 mil.
Como monitorar as baleias
Uma forma interessante de monitorar as baleias é utilizando os endereços das maiores carteiras. Por exemplo, buscando nelas mudanças significativas. Outra forma interessante, é avaliar o histórico de negociação das exchanges, procurando grandes volumes de transação.
Além disso, as baleias em geral costumam respeitar os ciclos de médio e longo prazo visando acumulação. Ou seja, quando há forte queda no preço das criptomoedas, elas costumam comprar mais.
Outro fator que denota movimento de baleias, são os aumentos inexplicáveis de um criptoativo. O que pode ser um indicativo forte de que alguma baleia está entrando no mercado.
O número de baleias vem aumentando
Desde o começo de 2020, a quantidade de Bitcoins mantidas por grandes players como baleias e Jubartes aumentou cerca de 13,4% e seu número em mais de 27%, colocando ao todo 2.160 entidades categorizadas como sendo baleias.
Isso corrobora para a narrativa de que investidores institucionais e indivíduos com alto patrimônio estão entrando no mercado. Como por exemplo, fundos, escritórios familiares e fammilies Offices.
Número de participantes por categoria
Ao olharmos a distribuição de investidores junto a quantidade de criptomoedas em sua carteira, é possível observar que menos de 2% do total de entidades controla algo em torno de 70% dos Bitcoins.
Ainda que seja um número razoavelmente alto, é menor do que o alarmados pela internet. Outro fator interessante é que pequenas entidades com até 50 Bitcoins (Camarão, caranguejo e polvo) controlam cerca de 23% de todo o fornecimento.
Por que devemos tomar cuidado com as baleias?
Muitas vezes uma baleia pode tentar manipular o mercado, utilizando uma estratégia conhecida como “buy and sell walls” (barreiras de compra e venda em inglês).
Dessa forma, a estratégia consiste em colocar ordens de compra, dando a falsa aparência de que há uma forte procura pela criptomoeda em questão. Após o aumento nos preços, as baleias cancelam as ordens de compra e colocam ordens de venda a mercado, lucrando em suas posições.
Para nós, pequenos peixes, camarões ou sardinhas é preciso tomar cuidado. As criptomoedas naturalmente são conhecidas por sua forte volatilidade, quando o mar não estiver pra peixe, melhor cair fora.
Embora as criptomoedas estejam em alta, com todos falando sobre suas valorizações extraordinárias, é sempre bom ter o pé no chão, diversificar os investimentos e conhecer a fundo o criptoativo que você está comprando.
Algumas das famosas Baleias
Ainda que a maioria das baleias prefira permanecer de forma anônima. Há alguns players bastante famosos que se tornaram figuras bastante conhecidas.
O misterioso criador do Bitcoin é o primeiro deles, Satoshi Nakamoto pode possuir cerca de 1 milhão de moedas, o que representa algo em torno de 40 bilhões de dólares.
Outros que ganharam fama foram os irmãos Cameron Winklevoss e Tyler Winklevoss, após o processo contra o Facebook que rendeu “apenas” US$ 65 milhões, os gêmeos concentraram suas apostas no Bitcoin, o que os tornou finalmente bilionários.
Além desses, não podemos deixar de falar é claro de Michael Saylor, um dos maiores entusiastas e porta-vozes do mercado de criptomoedas. Saylor, CEO da MicroStrategy possui mais de 90 mil Bitcoins mantidos através da subsidiária MicroStrategy LLC.
Conclusão
A verdade é que se o mar não está bom pra nadar, é melhor nem entrar, brincadeiras à parte. As baleias são parte fundamental desse mercado, e a medida que o Bitcoin se populariza, novos players institucionais devem fazer parte disso.
Por fim, é importante que você camarão ou sardinha, como prefere ser chamado, esteja atento ao movimento desses grandes players, de preferencia, nadando junto com eles. Dessa forma, sempre que possível, realizando compras periódicas, procurando sempre seguir seus movimentos.