É fato que as stablecoins estão ganhando cada vez mais espaço no mercado. Em um universo onde existem centenas de criptomoedas, surge a importância de se entender o que são stablecoins, para que servem e as vantagens de tê-las em uma carteira.
Uma stablecoin está sempre pareada ao preço de uma moeda fiduciária, como o Theter ou Dai, criptomoedas que estão sempre com o mesmo preço do dólar. Muitas pessoas não entendem o porque uma moeda fiduciária se mantém sempre em estabilidade, mas a grande razão de isso acontecer, é porque a moeda estatal se mantém como reserva.
As stablecoins já são usadas como pagamento, ao contrário do Bitcoin que continua sendo uma reserva de valor, por conta da alta variação do seu preço ao longo de um dia. Como essa volatilidade ocorre dentro de poucos horas, acaba dificultando o cálculo para pagamentos menores, aqueles do dia-a-dia que fazemos com reais.
A classe de stablecoins existentes não é composta apenas por alguns fatos controversos, mas também por uma classe muito animadora de criptomoedas existentes no mundo. É isso que vamos detalhar ao longo deste artigo.
Maiores objetivos de uma stablecoin
Entre os objetivos que uma stablecoin pretende alcançar, vamos aqui destacar os principais:
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Criar estabilidade entre os pares de negociação de criptomoedas, assim como já vimos no mercado de forex;
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Diversificação de portfólios para diminuir o risco da instabilidade no mercado;
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Utilizar stablecoins em transações diárias, sem perda de confiança devido a perda de poder da compra.
Stablecoins projetadas nas moedas fiat
O tipo mais comum de stablecoins e também o mais garantido, são os que são pareados em moedas fiat, como USD, GBP, Euro ou até mesmo no Real (BRL). A Tether é uma dessas criptos que está inclusa na lista de stablecoins.
As stablecoins fiat são pareadas no modelo 1×1 com a moeda fiduciária, pelo menos na teoria. No exemplo do Real, isso quer dizer que cada unidade de stablecoin equivale a uma unidade de moeda fiat. Para que cada stablecoin que existe, a moeda fiduciária real será mantida em reserva para posteriormente ser feito o backup.
Stablecoins projetadas em commodities
As stablecoins que tem alguma garantia em commodities são apoiadas por outros tipos de ativos intercambiáveis, como os metais preciosos (ouro, prata…). Entre estes metais colaterizados, o ouro é o mais comum, pois ele apresenta lastro em imóveis, petróleo e cestas que contêm outros ativos, fazendo uma gama ampla de metais preciosos.
Todos os detentores desse tipo de stablecoin possuem em sua carteira um ativo tangível, mas com um valor real. Apesar de isso não parecer tão importante, nem todas as criptomoedas oferecem essa vantagem. Esse é um grande incentivo para que as pessoas segurem as suas criptomoedas por mais tempo.
Stablecoins que não são colaterizadas
Stablecoins não colaterizadas ainda não são muito comuns, até porque elas não são apoiadas por nada, o que em um primeiro momento demonstra uma certa falta de confiança. Um exemplo que é paralelo a esse fenômeno é o dólar americano. Até algumas décadas atrás, o dólar era lastreado em ouro, algo que deixou de acontecer.
Por que eu devo investir em uma stablecoin?
Quando você começa a investir em uma stablecoin, deve ter em mente que elas possuem muitas utilidades, que vão desde a sua regulamentação ou não. Algumas criptomoedas até são sediadas em paraísos fiscais, territórios onde não existem sanções.
Um detalhe que tem ficado para trás com a expansão das stablecoins, é o envio de moedas fiduciárias de uma exchange para outra, que costuma ser um processo caro e demorado. Além disso, os depósitos apenas poderiam ser compensados no horário comercial.
Esse processo também pode ser feito com o Bitcoin e outras criptomoedas, mas se corre o risco de variações, que podem afetar o pagamento de serviços por exemplo com alguma criptomoeda. Com as stablecoins o processo se torna intermediário e com mais garantia que em comparação ao Bitcoin ou uma moeda fiduciária.
Proteção contra inflação
Pessoas que moram em países que contêm moedas inflacionadas, já tendem a comprar dólar, euro ou outras moedas mais fortes para se proteger. Mas como esses países não costumam ter o respaldo econômico e tem mais burocracia, acabam enfrentando travas, como restrição de horário e taxas muito altas.
Isso muda completamente quando se compra stablecoins, sem restrições de horário e uma regulamentação de terceiros, como o Banco Central nas operações financeiras do mercado tradicional. E além disso, a custódia é feita pela própria pessoa, sem lhe gerar custos extras e todas as transações são públicas, registradas em uma blockchain.
Maiores vantagens em stablecoins
Existem diferentes vantagens em usar stablecoins, onde a principal facilidade está em utilizar as moedas estrangeiras sem a necessidade de utilizar uma casa de câmbio ou ter uma conta bancária em dólar. Todos esses métodos costumam ser muito mais caros do que transações com criptomoedas em exchanges e P2P.
Outra vantagem importante está na questão de armazenar o seu dinheiro em um local mais seguro. É muito mais confiável armazenar US$ 2 mil em uma carteira onde apenas você tem acesso do que deixar todo esse dinheiro no cofre da sua casa.
Apesar de todas as vantagens destacadas acima, o mais importante e benéfico ao utilizar stablecoins é a facilidade em realizar grandes liquidações, transferências e pagamentos com as menores taxas. Para que se tenha ideia, comprar USDTs em corretoras como a Binance não acarretam em custos, ao contrário de comprar dólares com real no exterior, onde se paga um pouco mais de 1% da transação apenas em IOF.
As desvantagens em stablecoins
Por fim vamos citar os fatores que não são positivos das stablecoins, apesar de que em modo geral a sua adesão é muito importante e útil no mercado cripto. A grande desvantagem e como já citamos anteriormente no artigo, é que as stablecoins em geral possuem lastro em moedas fiduciárias, portanto elas não subirão muito de preço rapidamente.
O uso delas continua sendo recomendado principalmente quando é necessário efetuar uma transação com criptomoedas, evitando-se assim usar o Bitcoin ou Ethereum, que devem ser mantidas como uma reserva de valor.