A China já está experimentando a sua moeda digital, o que faz com que ela volte a protagonizar invenções e mudanças no mercado financeiro. Não à toa, a invenção do dinheiro de papel veio da própria China e se popularizou ao longo dos anos, sendo então utilizado por praticamente todos os países.
Não é novidade para ninguém que a China e os EUA vivem uma disputa pela hegemonia mundial. No entanto, tirar esse posto dos americanos não é uma tarefa simples e isso foi mostrado ao longo das últimas décadas.
Com o desempenho da China em diversos segmentos e inovações, inclusive lidando com a pandemia de maneira muito mais assertiva do que os EUA, pelo menos no que se refere aos números. A China busca, sem dúvidas, essa hegemonia mundial e com isso, trazer a sua moeda, o Yuan, para um novo patamar nos negócios pelo mundo.
A ascensão da China pode ser vista através do uso do Yuan nos negócios internacionais, dado que esse volume cresce cada vez mais. Mas isso pode ser elevado para um novo patamar, com a chegada da versão da moeda chinesa no mundo digital. A moeda digital da China é o DCEP e a expectativa do processo de expansão da moeda chinesa e do seu poderio pelo mundo deve estar colocada sobre esse ativo.
DCEP: A moeda digital da China vai acabar com a hegemonia do dólar?
Muitos analistas afirmam que a chegada dessa moeda pode ser uma grande ameaça contra a hegemonia do dólar e que a China poderia se utilizar desse recurso para expandir cada vez mais a sua dominância pelo mundo, seja no âmbito econômico, primeiramente, e depois vagar por outros segmentos, como o político e ideológico.
A moeda digital da China se baseia em duas camadas. Primeiro na emissão da moeda em si, e segundo na criação de um sistema de pagamentos próprio chinês que pode se espalhar pelo mundo. E quando estamos falando da moeda digital chinesa não estamos falando de algo futurístico e sim do que já está sendo testado na prática pelo país.
Muitas pessoas confundem o conceito colocado sobre o mercado de criptomoedas no geral, fazendo uma comparação errônea do ativo chinês com o Bitcoin ou quaisquer outras. A moeda digital da China, DCEP, é uma moeda totalmente controlada pelo Estado chinês
Os objetivos da moeda são os mesmos do Yuan, que atende aos ideais do governo chinês. A ideia da China é superar o dólar e não o Bitcoin ou qualquer tipo de criptomoeda. Se isso vai ocorrer ainda não se sabe, mas muitos acreditam que a chance disso acontecer é alta, talvez mais alta do que nunca.
Por que a moeda chinesa tem ganhado cada vez mais força no mundo?
A China foi uma das primeiras que percebeu o poder que o meio digital vai exercer futuramente. Além disso, a expansão do uso digital entre o meio popular acabou se intensificando durante a pandemia, mas a China cogitou essa ideia pela primeira vez desde o ano de 2014.
Em tese, o funcionamento e o uso do DCEP se dá de maneira semelhante ao que já se conhece do Yuan de papel. Até outubro de 2020, cerca de 2 milhões de pessoas já tinham se registrado para usar o Yuan digital, mas os testes começaram agora em março de 2021.
Um ponto importante a se analisar é que a China é o principal parceiro comercial de diversos países, além de ser hoje a segunda maior economia do mundo.
Com esse forte poder comercial, a China pode, caso queira, impor sua moeda digital para diversos países que dependem de sua parceria. Apesar dos enormes desafios que a China terá que ultrapassar até conseguir internacionalizar sua moeda, por conta da dificuldade dos países em confiar na China, é importante lembrar que a medida que ela se abra ao mundo, tende a conseguir isso mais facilmente.
Vale ressaltar que a China é o maior importador de petróleo desde o ano de 2017 e isso pode ser usado como fator crucial para exercer pressão para usar sua moeda digital. Além disso, a China exerce um poder crescente sobre os países da África.
Tudo que falamos aqui é considerando um longo prazo, já que nenhuma transformação na hegemonia mundial ocorre de uma hora para outra, trata-se de uma construção constante, mas ainda é tudo muito especulativo e sem certezas concretas para o futuro.
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