O rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), repercute até agora. Dessa vez, mesmo após o acordo entre a Vale (VALE3) e o governo de Minas Gerais já ter sido concretizado, novos capítulos têm surgido nessa história, através da acusação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a dois ex-executivos da empresa.
A acusação ocorreu após se ter concluído um inquérito sobre possíveis irregularidades nos deveres fiduciários dos ex-executivos, de quando ainda eram administradores da Vale (VALE3) de fato. Os nomes se referem a Fabio Schvartsman e ao antigo diretor-executivo do setor de ferrosos e carvão, Gerd Peter Poppinga.
No processo encontra-se a procedência de uma apuração de “eventuais irregularidades relativas à possível inobservância de deveres fiduciários de administradores da Vale S.A., pelos fatos relacionados ao rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG)”.
O andamento das acusações da CVM sobre ex-executivos da Vale
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aguarda a defesa de ex-executivos da companhia, de maneira que se possam responder pelas acusações que estão sendo colocadas contra eles. Apesar disso, não há ainda mais informações disponíveis.
Importante dizer que uma investigação já estava sendo feita sobre a conduta de Fabio Schvartsman e de outros 12 conselheiros da Vale (VALE3) por conta do ocorrido na barragem de Brumadinho, conforme apontou informações do Valor.
Além disso, o inquérito já havia sido aberto no ano de 2019, com processo aberto em janeiro e inquérito em agosto daquele ano, conforme anunciou a própria CVM. Apesar desse tempo em que o processo já tinha sido aberto, ele só se tornou público a partir de fevereiro de 2021, através do acordo que foi assinado entre a Vale e o governo de Minas Gerais.
O acordo realizado na ocasião não incluía nenhum tipo de ações criminais ou individuais por parte de executivos, ou administradores da Vale (VALE3) e acabou resultando, em valores, no montante de R$ 37,68 milhões que a Vale deve pagar o governo de Minas Gerais para ressarcir os danos causados no ocorrido, o que inclui os socioeconômicos e também ambientais.
Saiba mais sobre a Vale
Nesta quinta-feira (1), o conselho de administração da Vale (VALE3) aprovou a recompra de até 270 milhões de ações do tipo ordinárias, assim como suas ADRs. O programa de recompra foi proposto pelo comitê executivo da empresa.
A decisão foi tomada pensando na composição acionária que a Vale tinha até o dia 28 de fevereiro de 2021. Na ocasião, a gigante do setor de mineração tinha uma participação de 5,3% das ações. A duração do programa é de até 12 meses, segundo apontou a companhia.
“Não compete com nossa intenção de consistentemente distribuir dividendos acima do mínimo estabelecido por nossa política”, conforme foi apontado numa matéria do Estadão. Sobre os resultados do ano de 2020, Luciano Siani Pires, diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale (VALE3) disse que a companhia terá pago em 12 meses US$ 7,3 bilhões em dividendos.
Em suma, no pregão de ontem (5), a Vale (VALE3) teve uma valorização de 6,13% valor de suas ações, de maneira que se pudesse alcançar a marca dos R$ 103,39 por ação. Com esses dados, a Vale acumulou 5,53% de valorização em abril e 29,06% em 2021.