A pandemia do coronavírus sem dúvidas trouxe uma realidade totalmente atípica das questões ligadas à economia e da normalidade das atividades de indústria e comércio. Não apenas isso, proporcionou uma das maiores crises de saúde pública já vistas nas últimas décadas.
Por outro lado, a chegada de vacinas está proporcionando um certo otimismo em relação à retomada dessa normalidade, em busca de conter o avanço da doença por todo o mundo, cujo número de mortes e de casos só tem crescido, mesmo após quase 1 ano de pandemia.
Mesmo assim, existe um fator muito considerável que vai seguir os países mesmo após o fim da pandemia, o que pode dificultar essa retomada econômica de forma geral. Trata-se do aumento da dívida global que se viu na maioria dos países afetados fortemente pela crise.
Poucos momentos da história mostraram um endividamento global em um período tão curto de tempo como aconteceu no ano de 2020 e que agora continua em 2021. O Fórum Econômico Mundial estima que o aumento da dívida global foi de aproximadamente US$20 trilhões desde o terceiro trimestre do ano de 2019.
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Alguns fatores foram essenciais para esse aumento tão relevante. Entre os motivos principais, temos a grande diminuição da arrecadação dos países, tanto no sentido voluntário dos governos em abrir mão desses impostos durante esse período, como também a própria diminuição da atividade econômica e o aumento do desemprego que proporcionou essa redução de forma natural.
Nesse sentido, os lockdowns adotados pelos países na tentativa de conter a pandemia foi o que mais contribuiu para isso. Frente a esse fato, ocorreu o aumento de medidas altamente custosas aos governos, como os próprios pacotes de auxílio emergencial disponibilizados em diversos países para reduzir os danos da crise.
Como parâmetro para medir a situação da dívida nos países, os especialistas utilizam os dados do Fórum Econômico Mundial para obter a porcentagem correspondente da dívida do país em relação ao seu PIB.
Uma breve comparação entre os países pode ser feita nesse sentido, no qual quanto maior o número da relação dívida/PIB, maior tende a ser a dificuldade do país em pagá-la. Entre as economias de forte presença mundial, o Japão é um dos que têm o maior valor para esse parâmetro, através dos dados do Fórum Econômico Mundial.
Vale ressaltar que a tabela a seguir tem um propósito comparativo entre alguns países selecionados, e não necessariamente conta com a lista de todos com o maior valor para essa relação.
País | Dívida/PIB (%) |
Japão | 263,97 |
Itália | 158,31 |
EUA | 133,64 |
Espanha | 121,31 |
Canadá | 114,97 |
França | 118,57 |
Reino Unido | 111,52 |
Brasil | 102,76 |
Índia | 89,86 |
China | 66,53 |
O fato é que países mais ricos conseguem ter valores maiores para esse endividamento sem afetar tanto sua confiança com os investidores como seria com países como o Brasil. Desse modo é muito difícil estabelecer um número para o qual essa relação seria considerada alta ou baixa.
Entretanto, o Banco Mundial aponta a relação dívida/PIB de 77% uma base para separar quantitativamente o valor mais ou menos saudável para o país, sinalizando um sinal de alerta quando se ultrapassa esse número.
A retomada em busca do pagamento dessas dívidas, deve ser ainda mais difícil para países emergentes. Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), esses países, junto com os que estão em desenvolvimento, devem precisar de mais ou menos US$2,5 trilhões para superar a crise da Covid-19, o que deve gerar a necessidade da ação de bancos de desenvolvimento e do próprio FMI nesses países.
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